Fica no conjunto de montanhas chamado Ibitiraquire onde estão as mais altas montanhas do Paraná.
O acesso se dá pela Fazenda Pico Paraná, do Dilson em Campina Grande do Sul.
A fazenda do Dilson oferece boa estrutura para os montanhistas , tendo estacionamento, banheiro (quando não está quebrado) e lugar para acampar para os que preferem, fazer as montanhas que tem acesso pela fazenda de ataque : as mais conhecidas Itapiroca, Caratuva , e o majestoso Pico Pataná
Já tinha tentado uma investida ao PP anteriormente ocasião em que acampei no A1 mas ainda inexperiente na Serra do Ibitiraquiere abortei o ataque ao PP no dia seguinte mais por apreensão e respeito pela montanha que pela dificuldade como pude contatar na segunda ocasião em que fui com chuva , vento e mesmo assim conquistei o cume da montanha mais alta do sul do Brasil.
Nesta segunda investida já tinha subido as outras montanhas mais conhecidas , de dia e a noite também,( até certo ponto são a mesma trilha ató o PP ) portanto já conquistado o cume do Itapiroca e Caratuva um par de vezes o que tinha me dado confiança suficiente pra andar por essas bandas com bastante segurança e conhecimento.
Os companheiros dessa jornada foram os de sempre.
Foi uma trilha tranquila na ida, embora cansativa e com tempo já não muito bom, montamos acampamento no A1 já com chuva e resolvemos decidir o que fazer no dia seguinte. Amanheceu mais feio ainda: vento, chuva e frio , após um café quentinho e algum debate se voltavamos ou iamos em frente, decidimos encarar o gigante mesmo com tempo ruim, pensando que iriamos até onde fosse possível...saímos do A1 rumo ao A2 na meia manhã num ritmo bom e rindo de mais esta "indiada" na chuva . A descida do A1 pro A2 é uma trilha meio fechada mas demarcada , 40 minutos adiante chegamos nos tais grampos pra subir pro A2 os quais não achei tão difícil , exceto numa parte meio escorregadia onde parece faltar grampo e meio que tem que se segurar só na rocha mesmo, mas nada impossível ou realmente perigoso.
Encontramos gente descendo, inclusive um pai que aventurou a levar o filho de uns 10 anos com cadeirinha e corda de escalada. Continuamos a subida e acredito que a neblina e núvens acabaram ajudando pois encobriram os precipícios que nós cercavam por onde andavamos rsrsrs mas o fato é que iamos muito seguros e sem maiores preucupações , após o A2 onde tem a casa de pedra o resto da trilha tem mais um trecho meio intimidador que é uma rocha onde está disposta uma corrente para ajudar na subida e onde o lugar é bem estreito e tem precipício dos dois lados, me deu um medinho e pensei em desistir por 2 segundos kkkkkkk mas que nada, não ia chegar até ali pra desistir ...mais trilha estreita ladeada por precipícios e a ultima subida pro real cume do PP e finalmente estavamos no ponto mais alto do sul do Brasil. Infelizmente o mau tempo, chuva e núvens encobriam o que devia ser a mais linda vista naquelas alturas...mas ter chegado lá e vencido os receios e anceios além de todo respeito por esse gigante tão querido já compensava o esforço.
A volta até o A1 foi relativamente rápida, mas ainda tinhamos que desmontar tudo e voltar a longa trilha até a fazenda do Dilson que além cansativa e longa ainda pegariamos uma boa parte a noite.
Cargueira no lombo, fotos do perrengue na chuva que iamos enfrentar na volta, risadas e grito de guerra pra dar ânimo, pé na trilha...
A volta foi longa : chuva, frio e lá no vale das pedras a noite nos pegou...cansados, molhados até a alma e a cargueira pesando o dobro pelo peso, dali pra frente a evolução era lenta. Pra variar meu joelho arrregaçou me obrigava a inúmeras paradas. Já na fazenda fomos recebidos pelo Dilson na casa de apoio da fazenda e umas pizzas com café quente pra nos reanimar após colocarmos roupas quentes, em minutos parecia surreal que minutos atrás estavamos na mata numa temperatura congelante e na chuva....como sempre as promessas de não fazer mais loucuras como essa não duraram muito...fariamos muitas trilhas com chuva depois dessa....