Minha Ida ao lendário Monte Crista :
Fui pessoalmente conferir todo o mistério e magia da trilha do Monte Crista . Já tinha lido que a trilha era parte do Caminho do Peabirú e provável cenário de acontecimentos históricos que remontam ao passado do império Inca em suas incursões por estas bandas rumo ao Atlântico
Sai de Floripa rumo a cidade de Joinville a 190 Km de Florianópolis, onde encontrei a Juliana Michelon e o Gera , também dispostos a conhecer esse trecho do caminho do Peabirú.
A trilha inicia por uma ponte pencil e logo adiante atravessa um rio com leito de pedras relativamente largo mas que se atravessa facilmente se estiver num dia seco, no dia seguinte esse mesmo rio se tornaria quase intransponível pra nós devido as fortes chuvas que o tornaram num rio caudaloso cheio de correntezas.
A trilha é de vegetação exuberante e gigantesca, me senti num ambiente pré histórico , cenário de filmes de dinossauros. Não tenho conhecimentos de botânica para descrever cientificamente o que meus olhos viram, mas era algo diferenciado essa trilha, quase mágica. Belezas a parte, a trilha é bem demarcada pelo caminho de pedra que percorre quase toda sua extensão .Em alguns trechos é preciso atenção pois houveram desbarrancamentos que tornam a trilha confusa. O cenário é realmente mágico, as imensas escadarias de pedra indicam praticamente todo o trajeto de subida ao Monte Crista. A exuberante mata Atlântica parece ser testemunha silenciosa de um passado fantástico da passagem Inca em território brasileiro. Impossível não se perguntar o porque do povo Inca ter interesse em alcançar o Atlantico.
A trilha exige um certo preparo físico e a subida na parte final foi extenuante pra nós que levavamos cargueiras pesadas , mas vale muito a pena conquistar o cume , no nosso caso chegamos quase noite, muita neblina e resolvemos acampar ao lado da Pedra do Guradião, quase num precipício . Mal deu tempo de montar as barracas e escureceu . A chuva fina , neblina e frio nos obrigou a nos entocarmos dentro da barraca em busca de abrigo. Tudo arrumado providenciamos nosso jantar quente , o meu tradicional macarrão com calabreza e queijo ralado acompanhado de um suco fez sucesso mas não menos que a polenta com queijo da barraco ao lado hummmmm.... após um pouco de conversa adormecemos cansados.
A noite foi de chuva, vento e muito frio, diz a Juliana que antes de amanhecer ela conseguiu ver uma janela de céu limpo mas logo uma núvem nos encobriu novamente e pela manhã a visibilidade era zero. Mesmo naquela situação tiramos foto do Guardião de Pedra animadamente e riamos dos vestigios, pegadas de algum animal que atacou o resto de polenta da Juliana e ainda fez suas necessidades ali perto da barraca. Naquele frio de rachar , após tomarmos nosso café da manhã decidimos começar a desmontar as barracas sem demora já que calculamos que o rio no final da trilha deveria estar cheio e com correnteza, talvez intransponível, mas aí só descendo pra saber....Foto da saída , pé na trilha! A descida foi bem cansativa pois era pura lama montanha abaixo nos trechos em que não eram de pedra, o que nos rendeu inúmeros tombos, risadas e perrengues....e após 6 ou 7 horas de trilha , com algumas erradas por distração na volta, chegamos ao rio que estava pior do que imaginaramos,
Tinhamos pelo menos 15 metros de largura a transpor num rio cheio e com correnteza forte onde um passo já era difícil o que dirá 15 naquela situação. A chance de alguém se desequilibrar e ser arrastado em meio aquelas pedras e correnteza era imensa. Após debate e análise sobre a melhor estratégia resolvemos tentar atravessar por um trecho próximo a uma barreira de pedras que nos dariam certo apoio e teoricamente amorteceria a força da correnteza .... passo a passo conseguimos vencer o rio. Do outro lado da margem experimentamos uma euforia pela façanha e tendo passado o sufoco enfim estavamos próximos da linha de chegada. E assim foi , logo a frente atravessamos a ponte pencil e chegavamos ao barzinho do simpático senhor que parecia ter saído de um conto de Natal, era o próprio papai noel encarnado, o bom velhinho nos vendeu umas cervejas e batata frita enquanto um a um iamos tomando banho quente e tirando as roupas molhadas e enlameadas. Missão cumprida! Valeu muito a sensação de estar num lugar histórico cercado de monumentos e vestígios de uma época tão remota de conquistas e busca de sonhos. Fiquei com vontade de fazer a travessia Garuva Monte Crista, mas fica pra próxima!
Sai de Floripa rumo a cidade de Joinville a 190 Km de Florianópolis, onde encontrei a Juliana Michelon e o Gera , também dispostos a conhecer esse trecho do caminho do Peabirú.
A trilha inicia por uma ponte pencil e logo adiante atravessa um rio com leito de pedras relativamente largo mas que se atravessa facilmente se estiver num dia seco, no dia seguinte esse mesmo rio se tornaria quase intransponível pra nós devido as fortes chuvas que o tornaram num rio caudaloso cheio de correntezas.
A trilha é de vegetação exuberante e gigantesca, me senti num ambiente pré histórico , cenário de filmes de dinossauros. Não tenho conhecimentos de botânica para descrever cientificamente o que meus olhos viram, mas era algo diferenciado essa trilha, quase mágica. Belezas a parte, a trilha é bem demarcada pelo caminho de pedra que percorre quase toda sua extensão .Em alguns trechos é preciso atenção pois houveram desbarrancamentos que tornam a trilha confusa. O cenário é realmente mágico, as imensas escadarias de pedra indicam praticamente todo o trajeto de subida ao Monte Crista. A exuberante mata Atlântica parece ser testemunha silenciosa de um passado fantástico da passagem Inca em território brasileiro. Impossível não se perguntar o porque do povo Inca ter interesse em alcançar o Atlantico.
A trilha exige um certo preparo físico e a subida na parte final foi extenuante pra nós que levavamos cargueiras pesadas , mas vale muito a pena conquistar o cume , no nosso caso chegamos quase noite, muita neblina e resolvemos acampar ao lado da Pedra do Guradião, quase num precipício . Mal deu tempo de montar as barracas e escureceu . A chuva fina , neblina e frio nos obrigou a nos entocarmos dentro da barraca em busca de abrigo. Tudo arrumado providenciamos nosso jantar quente , o meu tradicional macarrão com calabreza e queijo ralado acompanhado de um suco fez sucesso mas não menos que a polenta com queijo da barraco ao lado hummmmm.... após um pouco de conversa adormecemos cansados.
A noite foi de chuva, vento e muito frio, diz a Juliana que antes de amanhecer ela conseguiu ver uma janela de céu limpo mas logo uma núvem nos encobriu novamente e pela manhã a visibilidade era zero. Mesmo naquela situação tiramos foto do Guardião de Pedra animadamente e riamos dos vestigios, pegadas de algum animal que atacou o resto de polenta da Juliana e ainda fez suas necessidades ali perto da barraca. Naquele frio de rachar , após tomarmos nosso café da manhã decidimos começar a desmontar as barracas sem demora já que calculamos que o rio no final da trilha deveria estar cheio e com correnteza, talvez intransponível, mas aí só descendo pra saber....Foto da saída , pé na trilha! A descida foi bem cansativa pois era pura lama montanha abaixo nos trechos em que não eram de pedra, o que nos rendeu inúmeros tombos, risadas e perrengues....e após 6 ou 7 horas de trilha , com algumas erradas por distração na volta, chegamos ao rio que estava pior do que imaginaramos,
Tinhamos pelo menos 15 metros de largura a transpor num rio cheio e com correnteza forte onde um passo já era difícil o que dirá 15 naquela situação. A chance de alguém se desequilibrar e ser arrastado em meio aquelas pedras e correnteza era imensa. Após debate e análise sobre a melhor estratégia resolvemos tentar atravessar por um trecho próximo a uma barreira de pedras que nos dariam certo apoio e teoricamente amorteceria a força da correnteza .... passo a passo conseguimos vencer o rio. Do outro lado da margem experimentamos uma euforia pela façanha e tendo passado o sufoco enfim estavamos próximos da linha de chegada. E assim foi , logo a frente atravessamos a ponte pencil e chegavamos ao barzinho do simpático senhor que parecia ter saído de um conto de Natal, era o próprio papai noel encarnado, o bom velhinho nos vendeu umas cervejas e batata frita enquanto um a um iamos tomando banho quente e tirando as roupas molhadas e enlameadas. Missão cumprida! Valeu muito a sensação de estar num lugar histórico cercado de monumentos e vestígios de uma época tão remota de conquistas e busca de sonhos. Fiquei com vontade de fazer a travessia Garuva Monte Crista, mas fica pra próxima!
. Tempo de duração da trilha : 5 a 7 horas do inicio da trilha (ponte pencil) até o cume (dependendo preparo físico)
Nível Dificuldade: Médio
Informações adicionais sobre o Caminho do Peabirú :
É quase desconhecido para a maioria porém de importância histórica indiscutível . Entre outras atribuições é certo que foi cenário de acontecimentos importantes do passado que remontam a época do império Inca.
É quase desconhecido para a maioria porém de importância histórica indiscutível . Entre outras atribuições é certo que foi cenário de acontecimentos importantes do passado que remontam a época do império Inca.
Uma extremidade do caminho inicia na costa do atlântico , no Brasil, mais precisamente Santa Catarina (com ramificações que ligam o caminho a várias comunidades indígenas e atravessa
o território brasileiro chegando até a Amazonia ) atravessa território
brasileiro, Bolivia e Peru, chegando aos Andes , como pode ser visto no
mapa ao lado.
Pesquisando na net encontrei curiosas informações sobre esse caminho :
A designação Caminho do Peabiru foi empregada pela primeira vez pelo jesuíta Pedro Lozano em sua obra "História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán", no início do século XVIII.
Constituía-se uma via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico, mais precisamente Cusco, no Peru, ao litoral na altura da Capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo), estendendo-se por cerca de três mil quilômetros, atravessando os territórios dos atuais Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil.
Constituía-se uma via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico, mais precisamente Cusco, no Peru, ao litoral na altura da Capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo), estendendo-se por cerca de três mil quilômetros, atravessando os territórios dos atuais Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil.
Em 1524, o náufrago português Aleixo Garcia, numa expedição integrada por dois mil indígenas carijós, partindo da Ilha de Santa Catarina ("Meiembipe"), percorreu essa via para saquear ouro, prata e estanho, tendo atingido o território do Peru, no Império Inca, nove anos antes da invasão espanhola dos Andes em 1533.
Outros relatos dão conta de que Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, só se fixou naquele trecho do litoral porque, de antemão, dispunha de informações de que, dali se teria acesso ao caminho que o levaria às minas do Potosí, na Bolívia, e aos tesouros dos incas.
Segundo a tradição desse povo, o caminho não foi aberto por eles, que atribuem a sua construção ao ancestral civilizador Sumé, que teria criado a rota no sentido leste-oeste.
Alguns afirmam que se tratava de São Tomé o que foi mencionada por índios,
padres, autoridades e colonos europeus no século 16. A versão corrente é
que um homem branco, barbudo, teria chegado ao litoral brasileiro
“andando sobre as águas”. Os indígenas brasileiros o chamavam de Sumé.
Em sua peregrinação, teria ido ao Paraguai, abrindo o Caminho. Ali foi
visto e chamado de Pay Sumé. Saindo do Paraguai, a misteriosa figura
teria continuado até os Andes. Os pré incas o chamaram de Kuniraya. Mais
tarde, o personagem recebeu dos Incas o nome de Viracocha. Após um
período no Peru, ele teria ido embora, também “andando sobre as águas”..
Pesquisas iniciadas no século XIX pelo Barão de Capanema levaram à formulação da hipótese de que este caminho ter sido criado pelos incas numa tentativa de trazer a sua cultura até os povos da costa do Ocean Atlântico, abrindo o caminho no sentido oeste-leste, portanto. Como apoio a essa linha refere-se o testemunho de mais de um cronista de que os incas chamavam seu território de Biru. Desse modo, a denominação do caminho poderia resultar do híbrido pe-biru, que equivaleria a "caminho para o Biru".
Pesquisas iniciadas no século XIX pelo Barão de Capanema levaram à formulação da hipótese de que este caminho ter sido criado pelos incas numa tentativa de trazer a sua cultura até os povos da costa do Ocean Atlântico, abrindo o caminho no sentido oeste-leste, portanto. Como apoio a essa linha refere-se o testemunho de mais de um cronista de que os incas chamavam seu território de Biru. Desse modo, a denominação do caminho poderia resultar do híbrido pe-biru, que equivaleria a "caminho para o Biru".
Recomendo aos amantes de arqueologia, história e principalmente da mitologia de povos antepassados a leitura de livros de Zecharia Sitchin, em especial a série " Crônicas da Terra " onde ele conta através de seus estudos a verdadeira história da humanidade registrada em escritos sumerianos e várias mitologias . Mas só para os curiosos e mais atentos...
Vou te passar uma letra. Estou por escrever um artigo a respeito desse histórico caminho colônia do chamado ambrósios é que em verdade nada tem a ver com a lenda fantasiosa do Peabiru. Houve antigamente uma interligação através da qual podia se chegar ao peru entretanto essa ligação nunca foi usada pelos incas para atingir o atlântico. o calçamento de pedras foi feito pelos colonizadores portugueses nos moldes do caminho do itupava. as teorias sobre o peabiru tem fundo ideológico. é totalmente injusto resumir toda a história dessa trilha outrora usada pela nação indígena carijó a mero ramal de um caminho incaico.
ResponderExcluirÔ, meu! Não desmistifica. Deixa a gente na ilusão...
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