Já fazia um ano que eu e um grupo de amigos que
gostamos de fazer montanha vinhamos alimentando a idéia embora temerosos de
enfrentar o tal “K2 paranaense” como ele
é conhecido . Animados por alguns perrengues no PP (Pico Paraná) , Monte
Crista, e outras montanhas de respeito que tínhamos enfrentado trilha sob
condições adversas( como chuva e mau tempo), resolvemos incluí-lo em nosso
currículo montanhístico como desafio e conquista almejada.
Foram várias as datas marcadas, mas sempre de ultima hora
alguém considerava arriscado, que o tempo não era propício, que era melhor
fazer um planejamento seguro, que 2 dias era pouco (tinha que ser num feriado)
que haviam outras montanhas a conhecer antes de enfrentar o K2 da serra do
Ibitiraquere, enfim...o grupo queria, mas ainda era tímido na decisão.
Finalmente a idéia amadureceu, e de tanto falarmos do quanto
o Ciririca ia tomando ares míticos para nós, resolvemos que era melhor
enfrentar isso logo.
A data finalmente parecia agradar a todos e pra selar a
garantia de que o momento era o certo, a previsão para esse fim de semana
(13,14 e 15 de julho de 2012) era perfeita, trilha seca no sábado e amanhecer
ensolarado no cume com alguma possibilidade de chuva somente no fim da tarde de
domingo quando já estaríamos retornando à fazenda do bolinha.
Eu tinha lido muito relatos sobre o Ciririca e conversado
via internet com montanhistas super
experientes , além de pesquisar o clima, os trechos mais perigosos e tudo que
envolvesse o Ciririca.
O grupo tinha em comum a parceria para aventuras sendo alguns montanhistas, alguns escaladores de rocha
como tbém praticantes de trekking. Embora o currículo do grupo como um todo
incluísse montanhas como Pico Paraná,
Cambirela, Pico do tabuleiro e Monte Crista , nenhum havia enfrentado uma mais
agressiva como o temido Ciririca, famoso por suas rampas com trechos de rocha
exposta e íngremes a vencer na investida
ao cume.
Marcada a data, começamos o planejamento, incluindo estudo
da trilha, trekking no GPS, dicas valiosas de montanhistas experientes e check
list de mochila além de uma reforçada no equipamento de montanha pra enfrentar
tudo da forma mais tranquila.
De minha parte tratei de preparar o psicológico , pois já
estava meio ansiosa com tantos relatos
do quanto o Ciririca metia medo, e como todo medo só se mata enfrentando
resolvi me dar essa chance.
Chegada a hora , como combinado partimos de Van empolgados e ansiosos com
a aventura que nos esperava e certamente nos orgulharia em vencer , pegamos o
Gera num ponto de encontro perto de Curitiba
e fomos pernoitar no Tio Doca já com cargueiras prontas e disposição pra
chegar na montanha do Bolinha as 5 da manhã gelada . A previsão era de geada e
muito sol ,portanto prometia noite
estrelada e provável amanhecer na montanha ensolarado com sorte mar ou cascata
de nuvens...
Depois de um reforçado café da manhã partimos pra fazenda,
ainda escuro tivemos a visão desanimadora de uma fileira de carros no
estacionamento. Já tínhamos sido advertidos que a montanha mais remota e pouco
frequentada do Paraná inusitadamente ia
ser visitada por um grupo de montanhistas para um evento no cume , estávamos meio apreensivos pela falta de
lugar pra montar barraca, mas aquela fileira de carros indicava gente demais na
montanha...
Botamos pé na trilha 5 hs , rádios ligados , alguns com GPS,
lanterna na cabeça e cargueira nas costas, bastões de caminhada, nos metemos na mata escura e gelada que fazia
nossa respiração condensar no ar.
A trilha do Ciririca até o cruzo é a mesma que leva ao Tucum
e Camapuã, começa por bosques exuberantes, cruzando um riacho e serpenteando
por entre a mata onde árvores gigantescas causam assombroo pela espessura e
tamanho do tronco. Logo um trio de
Curitiba nos alcançou dizendo que fariam bate e volta , estavam sem cargueira e
com passo bem mais rápido que nós e após breve papo e desejos de boa sorte
sumitram na nossa frente. Depois de 2 horas de caminhada lenta sempre subindo
chegamos a esse ponto ou cruzamento onde há duas placas , a da esquerda indica o Tucum e a direita o Ciririca que
sempre causa calafrios e parece dizer : pra direita só os fortes e...malucos
hehehe. No grupo cada um ia no seu ritmo
alguns bem mais rápidos e outros mais lentos , como eu que tenho ligamento posterior rompido no joelho
que me faz ter menos equilíbrio, menos
firmeza na pisada da perna direita,como boa taurina isso não me impede
de continuar essa sina de subir montanha e se meter no maio do mato . Chegamos
antes das 8 no cruzamento onde os mais rapidinhos já tinham chegado. A hora
tinha chegado, agora era pro Ciririca de fato, dia claro combinamos de fazer
nosso primeiro lanchinho no poço das fadas que é onde se chega após descer trechos íngremes de desescalaminhada em
raízes . E foi lá que nos reunimos novamente . Para o grupo mais rápido devia
ser chato interromper a caminhada pra esperar os retardatários mas conforme
combinamos, nada de nos separarmos afinal a trilha era traiçoeira em certos
trechos e todo cuidado era pouco. (Na
verdade depois constatamos que embora confusa em certas partes a trilha é toda
bem marcada por fitas) .
Vencida essa etapa o próximo ponto de parada e união de
todos foi a Pedra da corda, o Diego e
Ruan desceram primeiro a rocha vertical onde estão afixadas duas cordas numa
descida de 5 metros aproximadamente, o suficiente pra causar cólicas em alguns,
sinceramente não me assustei como pensei, após os meninos, todos descendo com
facilidade até porque escalam em rocha tbém , foi a Juliana e quando chegou na
Teresinha causou um certo stress já que a bota dela não encaixava na única
fenda onde ela poderia colocar o pé para apoiar na descida, mas com calma e
ajuda ela venceu essa etapa, minha descida foi tranquila .
Diego na Pedra da Corda |
Já estávamos todos com fome e o ponto marcado pra lanchar
foi a cachoeira do professor, onde todos já estavam bem cansados mas após nos alimentarmos e descansarmos já revigorados ainda tivemos disposição pra tirar fotos, feito isso novamente o grupo dos rápidos sumiu na frente
e os outros iam bravamente tentando não distanciar tanto. O Gera ,o mais
experiente de todos em trilhas e montanhas no Paraná sempre preocupado em dar
as dicas pra nós da retaguarda sobre trechos duvidosos e confusos de seguir na
trilha. A dupla Diego e Ruan sempre muito solícitos em ir à frente guiando a
todos na dianteira...
A Terezinha, mais habituada a trilhas de Floripa, estava
estreando nas montanhas do paraná justo no Ciririca, mas nunca reclamou e foi
extremamente guerreira. Tom também de Floripa
já conhecia o Tucum, mas sempre disposto acompanhava bem o ritmo
extenuante dessa caminhada sem fim.
Diana na Cachoeira do professor |
Em certo ponto, um grupo de 3 montanhistas passou por nós e
ao ser perguntado quanto de estimativa até o cume, nos respondeu 4 ou 5 horas o que meio que desanimou alguns
que esperavam já estar mais adiantados, pra mim que já tinha lido mil relatos
sabia que ainda não era hora de pensar em cume e sim em chegar no “ última
chance”.
Ultima chance é o nome do ultimo ponto de água boa , por
isso o nome, mas alguns dizem ser o último ponto de desistência antes de
enfrentar a real subida ao Ciririca.
O trecho entre a cachoeira do professor e o ultima chance
pra mim foi o mais extenuante.. novamente subidas e descidas intermináveis por
vales e encostas de morro é de deixar qualquer um abalado psicologicamente, além
do ambiente naturalmente assustador com vales profundos e emaranhados de
taquaras que travam toda hora a cargueira e fazem o mais paciente dos viventes
praguejar ao tentar se soltar.
A temida rampa do Ciririca, aquele pontinho branco é um coitado subindo a rampa ... |
Simbolo da travessia mais dificil do Brasil: Alpha Crucis |
Eu já estava curiosa em ver as tais rampas e tive a sorte de
ver um grupo de montanhistas vencendo as rochas expostas e íngremes pesadamente
e lentamente com cargueira nas costas, como já estava preparada
psicologicamente e tinha o alívio de que meu heroico marido pensando na minha
segurança e dos demais tinha levado uma corda pois caso houvesse um escorregão
a corda seria salvadora. Palmas pra ele
pois após vencer o trecho aberto e entrar na mata de novo , mais adiante vc sai
e dá de cara com elas , as rampas, sendo tudo ou nada, os mais rápidos já
haviam vencido a rocha exposta e tinha chegado nossa vez , de
cargueira subiu facilmente o primeiro lance de rocha, animada fui atrás
vencendo também esse primeiro lance , logo adiante estava o Gera com cara super
preocupada e o Tom também que haviam ficado pra ajudar se preciso. Logo depois
desse primeiro lance de rocha , mesmo animada me dei conta que o segundo era
meio tenebroso e ao invés de passar perrengue desnecessário pedi a corda que fez a segurança e desta forma subi facilmente os outros lances de
pedra, segurando na corda. Na realidade a pedra tem aderência boa e mais mete
medo que outra coisa, já que com calma e confiança , a pedra estando seca é possível vence-las,
mas o risco de resvalar existe então todo cuidado é pouco.
Vencida as rampas na rocha a trilha continua rumo ao cume
por uma crista e depois mais um trecho íngreme que parece não acabar nunca ,
tirando do mais animado ser da face da terra qualquer expressão de alegria, a
subida é cansativa o cume parece inalcançável , no meu caso eu tinha uma
alegria de ter vencido tantas etapas e como estava tranquila pude admirar a
silhueta maravilhosa do Pico Paraná no entardecer, com uma névoa fina deixando
a visão mais surreal ainda.
Mas até eu e minha empolgação perderam força na investida
final já que a preocupação por lugar para por barraca , começou a aumentar
ao ver mais um grupo de montanhistas chegando atrás de nós e
no nosso encalço com a mesma intenção de encontrar espaço de acampamento.
Cansaço , preocupação com espaço terminaram por me vencer ,
mas inesperadamente surgem as placas do Ciririca e uma emoção enorme me
invade....aperta agarganta e até vontade de chorar eu tive..não pelas placas,
mas porque inesperadamente a visão delas tão perto de mim significou a vitória de uma batalha de meses, ansiedade,
medo, estudo e noites sonhando com o momento em que eu estaria cara a cara com
o dragão do Ibitiraquere.
Vista já no ataque final ao cume |
Eu na adrenalina da chegada |
Não pensei mais nada e dei meu grito de vitória junto aos amigos que nos nos esperavam animados e orgulhosos por
estarem com o pé no lombo do Ciririca. O Ruan documentou a chegada e nesse
instante o por do sol mais lindo deu um show
nas alturas , minha máquina não funcionou e de emoção não lembrei de
assinar o livro do cume, mas isso podia ficar pra amanhã, depois do glorioso
amanhecer na montanha que eu tanto ansiava.
Enquanto montava a barraca no lugar em que o Tom e Gera gentilmente reservavam pra nós embaixo
da segunda placa, no total haviam 24 pessoas no cume incluindo um grupo de
policiais florestais com uma bandeira do Brasil hasteada. Barraca montada ,
fotos do por do sol , vimos um casal encima das placas se beijando, depois fui
saber que a mocinha tinha sido pedida em casamento naquela momento... Surpresa
pouca é bobagem e no momento do por do sol um imenso “X” de fumaça se formou
bem acima do cume, parecendo marcar o lugar de alguma forma, 5 objetos voadores
passaram acima do X (aviões? Não sei pois não piscavam....)
Fizemos o jantar quente, macarrão com calabresa e queijo
ralado hummmmmm...suco geladinho da água de cachoeira e caí extenuada sonhando
com o amanhecer ensolarado.
A noite caiu e com ela um vento gelado que foi aumentando,
mas o céu limpo e estrelado continuou até as 3 da manhã , hora em que acordei
e pude constatar.
Bem mais tarde, silencio na montanha, todos dormindo , uma rajada de vento gelada me atinje o rosto,
acordei e vi que a capa da barraca voava, ao abrir pra arrumar e descer o fecho
da barraca não pude acreditar: chuva, neblina e vento ensurdecedor que batia
nas placas, o tempo tinha virado e a história do domingo também!
O resto da história era obvio : na madruga ventos medonhos , chuva e nevoeiro
espesso praticamente expulsaram a todos do cume ,pouco a pouco todos foram
desmontando barraca debaixo de chuva e ventos em fúria o que indicava que a
coisa não ia melhorar. Após breve debate todos concordamos em sair dali o mais
rápido possível , em pouco tempo o cume tinha esvaziado , ultimas fotos
do cume branco, sem visibilidade nem das placas, Tom e Gera após nos ajudarem a
desarmar rapidamente a barraca foram descendo, policiais e nós dando o fora
rapidamente do cume já eram 10:30 de um domingo cinzento e revoltado na
montanha.
Logo chegamos na rampa e a maioria desceu com ajuda da corda dos militares,
nós os últimos descemos meio de esquibunda , meio nos agarrando na vegetação
lateral e fim de conversa...rumo ao ultima chance ( com todo esse perrengue em
formação esquecemos de novo do livro do cume..paciencia ) A trilha da volta foi
tensa todos enfrentaram uma trilha gelada
e com chuva, os últimos a sair do cume ,depois da
pedra da corda uma trilha noturna gelada , encharcada de chuva e sem
visibilidade pelo nevoeiro na profundeza dos vales. Em nenhum momento nos perdemos, naquela escuridão
abismal dos vales agimos com lucidez e
sempre com calma, percebi o quanto valeu meu preparo psicológico de meses pra
enfrentar uma situação daquelas, mesmo que ela não estivesse incialmente nos
planos já que a previsão indicava tempo limpo. Avançavamos muito lentamente por
causa do meu joelho frágil e trilha enlameada e escorregadia.... Houveram trechos tensos principalmente
porque a trilha tinha virado pequenos riachos e não fossem as fitas a coisa
poderia ter ficado feia, mas tínhamos as pegadas pra nos orientar além das
fitas e trechos mais macetados, pedras
sem limos e assim conseguimos vencer heroicamente e sem nenhum nervosismo até o
cruzo..vitória!
Ao chegar na fazenda a senhora , nos
ofereceu banho quente (maravilhoso) e de roupas secas comemos pastel de carne e
queijo( 7 ao todo) com café quente,
manjar dos deuses.
. Eu pessoalmente
tenho orgulho, mesmo mais lenta pelo problema no joelho , tive meu mérito pois de longe meu psicológico
sempre se manteve positivo e funcionando
Aprendi muitas e infinitas coisas
mas uma eu considero a mais valiosa, o psicológico na montanha é que faz a
diferença , e quando vc sabe e estuda uma determinada situação vai mais seguro
pra mata ou montanha e nada te assusta. Ciririca foi uma prova de fogo.. me
sinto como quem deu mais um passo pra domar uma fera e conquistar sua amizade e
confiança..no caso a fera não foram as rampas e sim o ambiente hostil da
montanha com tempo ruim e a profundeza da mata na noite gelada e molhada , o
resto ... bem rsrsrs agora é brincadeira de criança...
Localização – Serra do Ibitiraquere – Campina Grande do Sul - PR
Altitude – 1.760 mt
Acesso – Fazenda do Bolinha
Tempo de trilha – 8 a 12 hs
dependendo do ritmo e condicionamento físico , condições climáticas e peso da
mochila.
Nível de dificuldade - Médio a difícil pelo desgaste físico, trilha bem marcada por fitas porém trechos
que podem confundir por atravessar várias vezes o rio, além do fato que quando chove apaga um pouco
a trilha. Muitas escalaminhadas e desescalaminhadas verticais. Rampas do Ciririca merecem atenção
e cuidado especiais embora a rocha tenha aderência, são escorregadias se
molhadas.
Diego, Gera, Tom e Terezinha |
Diana, Gera e Tom chegando na metade da ultima subida |
Vista do Ciririca pro PP |
Ruan e eu |
placas |
Ai cheguei ... |
Grande Diana!!! Ótimo relato. Adorei mesmo. Pura aventura... Ciririca é isso mesmo! Vocês conheceram a verdadeira face da montanha. Quem não passa por isso lá, nem pode dizer que conheceu a montanha. Vento e chuva uivando naquelas placas, é a coisa mais normal desse mundo. Mas vai dizer que agora que já passou até o cansaço, não ficou aquela sensação indescritível de ter vivido uma grande aventeura, que jamais será esquecida? Parabéns!
ResponderExcluirSe vc diz Elcio Douglas, "o mito vivo da Serra Paranaense " , quem sou eu pra discordar! Realmente a aventura foi completa com a virada do tempo, inesquecível, lições que jamais esquecerei! Obrigado pela amizade e por prestigiar o blog!
ResponderExcluirMais uma grande aventura pro Curriculum! Beleza hein Diana!? O Ciririca é uma montanha mágica, não que as outras do Ibitiraquire não sejam também (gosto de todas ali) mas o Ciririca tem um gostinho especial, um ar especial, vista especial... Realmente só quem vai até o seu cume sabe do que estou falando. Abraço!
ResponderExcluirAhh! E antes que eu esqueça, vocês estiveram no Ciririca no dia do noivado de um casal de amigos nossos, Wilson e Hadassa... Eram eles que estavam noivando no alto da placa!
ResponderExcluirEra dia de um evento que promovemos sempre na época do aniversário de conquista do PP, o "5 Cumes da AMC". Naquele dia eu estava com outro grupo nosso no Tucum e falava por rádio com o nosso pessoal no Ciririca, bem no momento do noivado.
Getulio, incrível né...nesse dia acabei encontrando Junior Costa, Juliana na ida, depois na cachoeira do professor o pessoal do AMC que comentaram do pessoal no TUCUM, agora sei que era vc..depois pedido de casamento nas placas, policia florestal, luzes cruzando o cume...tanta coisa nem dá pra acreditar e no Ciririca montanha menos frequentada pelo que me diziam...memorável!
ResponderExcluirOlá Diana, já li mutos relatos sobre o Ciririca, mas o seu é de longe o melhor e mais completo. Parabéns pela conquista e pela riqueza de detalhes. Tbm tive a oportunidade de pegar chuva no cume do Ciririca, é realmente assustador, porém fascinante!!! Abs.
ResponderExcluirImagina, a gente tenta descrever com emoção né...que bom que gostou! Também deve ter muitas pra contar sobre o Ciri, valeu e abraço!!
ExcluirDemais teu relato!To me preparando para a minha primeira investida ao Ciririca..devendo este cume faz tempo!Obrigado pela inspiração!
ResponderExcluir