O papo de fazer a 7C surgiu derrepente, não sei bem como, andávamos
falando em fazer o Agudos ou a Graciosa e “ cantando” o Jurandir Constantino pra nos guiar , além do
mais eu já andávamos com uma
saudade rasgada da Serra do Ibitiraquire e dos nossos amigos de lá . Acho que
entre uma e outra sugestão o Jurandir Constantino em papo no chat do face
resolveu que essa era uma boa. topou na hora, e eu não ia perder , embora mais de 3 meses na
mais completa inércia, sem fazer nada de atividade física que não fosse ir até
o carro eu sabia bem que ia atrapalhar .... O bicho ia pegar com certeza, mas
minha teimosia sempre foi maior que qualquer dificuldade...
A 7C não é pra qualquer vivente, não querendo me gabar agora
por ter conseguido termina-la , até porque consegui mais na raça e no
psicológico do que por condição física, mas ela é puxada e não é brincadeira
fazer 7 montanhas , das consideradas grandes
em menos de 24 hs com um pernoite meio improvisado na chuva...
A previsão do tempo era preucupante: chuva no final de
semana todo e trovoada! Me molhar não me importo, nem amassar lama na trilha, mas raio? .Cada um seguiu a semana com seus afazeres e na sexta feira embora a
previsão do tempo continuasse ruim, e eu ainda tentasse transferir pra uma data
mais propícia por causa dos raios o Jurandir me deu a palavra final: “com raio
ou sem raio vc vai fazer a 7C!” Então
tá, se ele falou ta falado né...Eu intimamente pensei que ainda na ultima hora
eles pudessem desistir e como era o fim de semana que nossos camaradas Elcio
Douglas e Helton Laufer voltavam dos
Andes, pensei que seria uma boa em vez de fazer essa travessia meio elétrica,
podíamos ir recepcionar nossos amigos e ir comer pizza escutando suas aventuras
dos Andes no Mercedário...
Mas que nada...tudo continuou de pé e nosso amigo Elcio
voltou antes do previsto, já na quinta feira e quase que foi com a gente, ele
que é o autor do traçado da 7C.
Sexta feira , após uma passadinha na Decatlhon nova de
Floripa , lá pelas 3 da tarde eu e Sergio botamos pé na estrada, ainda
discutindo se íamos com mochila cargueira ou de ataque. Eu queria ir leve, não abria mão de nada, nem do miojo, fogareiro, facão, roupa de frio, de
calor, capaceteeeeeee(modinha inventada pelo Fred), enfim ele fez um mochilão
pesado e eu uma mochilinha rosa de ataque com saco de dormir pra bivacar e
comida pra 2 dias, além do cantil, só , nem roupa pra trocar, nem anoraque,
pensei: vou que nem o Elcio, se sentir frio , me meto no saco de dormir…...
hehehehehe gracinha eu me comparando com o Elcio...
Mantivemos contato com Fred e ele com Jurandir Constantino,
vulgo, Jura que dizia que em Paranaguá chovia canivete, mas que mesmo assim tudo de pé...
Umas 19 hs chegamos no posto perto do Bolinha e lá ficamos
aguardando o Fred que estava ainda saindo do trabalho e tinha que arrumar a
mochila...rsrsrs rapaz responsável, todo metódico, que sabe conciliar a vida de
montanhista com a de pai de família, trabalho enfim...todos nós somos assim,
fazemos peripécias pra poder alguns finais de semana se mandar pra serra...
O Fred apareceu com uma p.. cargueira também , até barraca
ele levava, é pelo jeito a única minimalista era eu...mas ainda faltava o Jura,
e assim nos mandamos pra Antonina aguardar nosso amigo que ao invés de pegar o
busão da 19 hs pegou o das 23 hs, (atraso de nada) . Chegando lá como faltava muito ainda fomos
fazer um happy hour num bar comer frango frito, caipirinha, cerveja, pra depois
após 5 horas de estrada e toda farrinha no bar ir subir os 7 cumes do
Ibitiraquire kkkkkkkk , sim era isso mesmo que estávamos por fazer!
Nosso amigo, ídolo e
guia da montanha Jurandir Constantino que fez o Alpha Crucis com Elcio Douglas,
desembarcou na rodoviária com uma mochila de ataque, um pouco maior que a minha
e assim todos partimos pra deixar um dos carros no fim da travessia e outro no
começo, nisso aí gastamos horas pra lá e pra cá kkkkkkkkkkkk depois ainda
tivemos que escutar do Elcio que isso que fizemos era coisa de “bêbado de
boteco” pois podíamos ter feito a travessia ao contrário afinal só ficaria 40%
mais difícil começar subindo a Crista do Ferraria.....hehehehe só Élcio mesmo
pra dificultar o que já demanda um esforço homérico .
Bom começamos meio “alegrinhos” lá pelas 3:15 da manhã no
Bolinha, dois atletas de montanha (Fred e Jura) um ciclista esporádico (Sergio)
e uma ociosa a mais de 3 meses (eu), no começo a diferença do preparo físico já
era notável, mas.. como era começo a coisa não era tão gritante assim e ao amanhecer estávamos todos no Camapuã para
um espetáculo no céu.
Após muita euforia pelo céu , nuvens e sol realçarem ainda mais o relevo montanhoso ,
explodindo em cores fantásticas, registramos o que pudemos com fotos e tomamos
nosso café, o fogareiro do afinal fez seu sucesso e nossa felicidade de
tomar café com leite quentinho , e até cappuccino
que o Fred chiquérrimo levou. O Jura parecia meio espantado acostumado a andar
com o Elcio que nada leva além de frutas mas participou contente do nosso café
quentinho...
Próximo cume seria o Tucum, bem próximo e fácil de alcançar
pois fica grudado no Camapuã, chegando lá fizemos nosso primeiro registro da
jornada no livro do cume e seguimos pro Cerro Verde passando pela famosinha
piramba do Tucum, uma ladeira vertical
que mais assusta que outra coisa pois é tranquila de passar.
Após essa descidinha radical se entra num vale antes de iniciar a subida pro Cerro mesmo que é tranquila de fazer mas pela hora adiantada da manhã , o calor já tomava conta e precisávamos tomar mais água e fazer mais paradinhas ,
...ahaaaaaa... ali que aconteceu o primeiro incidente,
digamos assim fora do plano, tínhamos
deixado as mochilas supostamente na encruzilhada da trilha que levava pro
Itapiroca um pouco distante do cume, eu
achei estranho pois da ultima vez esse local me pareceu mais próximo ao
cume e desta vez parecia bem mais
longe...em todo caso segui os muchachos que disseram ser ali o local. Fomos até o Cerro, assinar livro, foto e dale
descer pra pegar as mochilas. Acontece que não era ali o local de pegar a
trilha pro Itapiroca, logo Jurandir se deu conta e começou a buscar o local
correto. Ali no Cerro dá pra confundir um pouco pois tem vários
caminhozinhos, lembramos qual
era a trilha e resolvemos prosseguir pois nossos amigos além de bem mais
rápidos a essas horas já deviam estar bem adiantados, talvez na subida final do
Itapiroca e nós ainda no Cerro Verde....aí o bixo começou a pegar pois estava
quente, e aqueles bambuzinhos infernais enroscando na mochila , mais a subida
interminável que é o Itapiroca nos abateu a moral mas pegadas deles na
trilha animaram novamente, ..e dele
subida do Itapiroca, dele bambuzinho enroscando, dele sol na cabeça...mas vamos
em frente. Sede tomando conta, fome e finalmente chegamos numa bica onde
encontramos um possível sinal dos companheiros, um sachê de repositor
energético fechado bem no filete de água que saia da bica.
Após essa descidinha radical se entra num vale antes de iniciar a subida pro Cerro mesmo que é tranquila de fazer mas pela hora adiantada da manhã , o calor já tomava conta e precisávamos tomar mais água e fazer mais paradinhas ,
Chegando ao cume do Itapiroca quem estava cansada era eu,
com calor e escutando trovoadas cada vez mais fortes cheguei a duvidar
continuar porque raio em cume é um lance meio
....desagradável digamos
assim. escutamos uns gritos , logo estávamos todos juntos. Pra eles deve ter
sido uma eternidade esperar, depois fiquei sabendo que o Fred subiu como um
raio o Itapiroca , ficando o Jura a nos esperar por um tempo mas depois
resolveu continuar a subida , portanto subimos todos separados
. Mais um livro assinado ao som de trovoadas nervosas e nuvens pesadas no horizonte perguntei se eles pretendiam ir pro Caratuva naquelas condições ao que eles nem pestanejaram e responderam afirmativamente. Logo estávamos subindo as encostas do Caratuva o cansaço tinha ido embora e eu só queria chegar no cume do Caratuva pra descansar. . Lá pelas tantas começou a esfriar e pingar, e a chuva que só ameaçava realmente caiu, aí escutei o Fred gritando : vamo embora pro cume montar barraca logo galera, faltam 300 mts só (na verdade faltava bem menos) a luz foi indo embora , água que Deus mandava e depois de um precioso tempo perdido conseguimos prosseguir, mas já era tarde , naquela escuridão, estando numa trilha alternativa , nada batida, ninguém achava mais nada e eu sugeri mesmo estando próximo ao cume que ficássemos ali, pois diferente do cume do Caratuva era um local coberto, protegido do vento e bem bom de acampar, principalmente pra nós que não tínhamos barraca. Aí Fred pirou : eu tenho que ir pro cume agora! Pedi em vão pra ele ficar ali que era mais seguro pra todos, diante do tempo ruim, trovoada e vento não seria nada agradável dormir debaixo daquelas antenas uivantes do cume. Mas na verdade a preocupação do Fred era ligar pra esposa e saber da Lara que estava com apenas 1 mês de vida e ele acreditava que lá no cume poderia ter sinal ... ficamos sensibilizados porém nada podíamos fazer : a TIM é um lixo e ninguém conseguia sinal pra ligar e nem era possível já sem luz prosseguir naquela mata fechada fora da trilha que estávamos....
. Mais um livro assinado ao som de trovoadas nervosas e nuvens pesadas no horizonte perguntei se eles pretendiam ir pro Caratuva naquelas condições ao que eles nem pestanejaram e responderam afirmativamente. Logo estávamos subindo as encostas do Caratuva o cansaço tinha ido embora e eu só queria chegar no cume do Caratuva pra descansar. . Lá pelas tantas começou a esfriar e pingar, e a chuva que só ameaçava realmente caiu, aí escutei o Fred gritando : vamo embora pro cume montar barraca logo galera, faltam 300 mts só (na verdade faltava bem menos) a luz foi indo embora , água que Deus mandava e depois de um precioso tempo perdido conseguimos prosseguir, mas já era tarde , naquela escuridão, estando numa trilha alternativa , nada batida, ninguém achava mais nada e eu sugeri mesmo estando próximo ao cume que ficássemos ali, pois diferente do cume do Caratuva era um local coberto, protegido do vento e bem bom de acampar, principalmente pra nós que não tínhamos barraca. Aí Fred pirou : eu tenho que ir pro cume agora! Pedi em vão pra ele ficar ali que era mais seguro pra todos, diante do tempo ruim, trovoada e vento não seria nada agradável dormir debaixo daquelas antenas uivantes do cume. Mas na verdade a preocupação do Fred era ligar pra esposa e saber da Lara que estava com apenas 1 mês de vida e ele acreditava que lá no cume poderia ter sinal ... ficamos sensibilizados porém nada podíamos fazer : a TIM é um lixo e ninguém conseguia sinal pra ligar e nem era possível já sem luz prosseguir naquela mata fechada fora da trilha que estávamos....
Cada um montou sua “residência” temporáriae dormimos ali bem em contato com a
natureza, bichos e tudo mais, anoite eu senti uma coisa comprida se mexer embaixo
de mim mas preferi nem ver o que era e dormi de novo. Por fim a gente dormiu e acordou
meio tardinho já. Eu e Jura fizemos um
café maneiro no fogareiro e o Fred fez sopa com linguiça ......
Bom juntamos as tralharadas e fomos pro pico com Frederico,
digo pro pico do Caratuva e lá o dia tava magnífico, tiramos oitocentas mil
fotos tentamos assinar o livro mas infelizmente os últimos que estiveram lá não
deixaram a caneta....pena...agora já sei sempre levar caneta reserva pro cume.
A descida do Caratuva pro Taipabuçu é uma piramba nervosa, estranha e meio
perigosa, acho que bem mais que a decida do Tucum,
não sei se foi impressão mas lá pelas tantas prendi uma perna numa raiz e o resto de ligamento que eu tinha no joelho esquerdo foi literalmente pro pau, fez clack e temi por alguns segundos que eu não pudesse terminar a trilha andando, ainda caída e sem força nem coragem pra tentar mexer o joelho , talvez tentando retardar o momento de descobrir que eu não poderia andar, fiquei parada por mais de um minutofinalmente resolvi enfrentar a verdade e levantei...tentei firmar o joelho...fiquei de pé...dei um passo..outro, faltava mais da metade da decida do Taipá e esse seria o meu ritmo até o fim dela, mais o medo do joelho sair do lugar que dor propriamente dita, isso eu nem sentia, e se sentisse nem fazia diferença. Infelizmente isso demandou triplo do tempo de uma decida normal . O Fred e Jura já tinham sumido de novo não antes de combinarmos de nos encontrarmos novamente na transição Taipá –Ferraria, e que transição, era um bambuzal dos infernos, onde tínhamos que nos arrastar e lutar pra desvencilhar de verdadeiras armadilhas de bambu... Após isso estávamos subindo o Ferraria e assim meu joelho descansou já que subida por incrível que pareça não incomoda . Encontramos o Jura nos esperando após uns 10 minutos de subida e após dizermos que estava tudo certo, liberamos o homem pra ir na frente, o Jurandir parece um ninja das montanhas, é silencioso, quase não deixa vestígios e ao contrário de nós que quase nos matamos , lutando naquele bambuzal ele parece ser feito de alguma matéria que transpassa os bambuzinhos pois ele passa tranquilamente quase sem sair do traçado dele, não me pergunte como isso acontece mas é assim que é....fala pouco, conta uma outra história engraçada das andanças dele com figuras conhecidas do meio montanhístico , sempre com simplicidade mas muito bom humor, grande amigo, grande guia e parceiro de trilha!
O Fred era o raio da trilha , parecia estar ou correndo ou indo atrás de alguém, , o homem de capacete , anoraque e mochila pesada parecia não ter cansaço e seguia sempre full , adrenado , ligado nas fitas e marcas da trilha, compenetrado e decidido ele parecia seguir um plano interno além do plano geral da equipe, um objetivo dele , bonito ver esse tipo de determinação numa pessoa, só em alguns momentos ele parecia perder o foco, era justamente quando ele via seus planos certos sendo ameaçados por dois irreverentes e inexplicáveis seres como eu acostumados ao improviso rsrsrss ô paciência que esse Fred teve que ter com a gente, mas tudo é aprendizado e ele parecia conformado com isso também hahahahahahaha
não sei se foi impressão mas lá pelas tantas prendi uma perna numa raiz e o resto de ligamento que eu tinha no joelho esquerdo foi literalmente pro pau, fez clack e temi por alguns segundos que eu não pudesse terminar a trilha andando, ainda caída e sem força nem coragem pra tentar mexer o joelho , talvez tentando retardar o momento de descobrir que eu não poderia andar, fiquei parada por mais de um minutofinalmente resolvi enfrentar a verdade e levantei...tentei firmar o joelho...fiquei de pé...dei um passo..outro, faltava mais da metade da decida do Taipá e esse seria o meu ritmo até o fim dela, mais o medo do joelho sair do lugar que dor propriamente dita, isso eu nem sentia, e se sentisse nem fazia diferença. Infelizmente isso demandou triplo do tempo de uma decida normal . O Fred e Jura já tinham sumido de novo não antes de combinarmos de nos encontrarmos novamente na transição Taipá –Ferraria, e que transição, era um bambuzal dos infernos, onde tínhamos que nos arrastar e lutar pra desvencilhar de verdadeiras armadilhas de bambu... Após isso estávamos subindo o Ferraria e assim meu joelho descansou já que subida por incrível que pareça não incomoda . Encontramos o Jura nos esperando após uns 10 minutos de subida e após dizermos que estava tudo certo, liberamos o homem pra ir na frente, o Jurandir parece um ninja das montanhas, é silencioso, quase não deixa vestígios e ao contrário de nós que quase nos matamos , lutando naquele bambuzal ele parece ser feito de alguma matéria que transpassa os bambuzinhos pois ele passa tranquilamente quase sem sair do traçado dele, não me pergunte como isso acontece mas é assim que é....fala pouco, conta uma outra história engraçada das andanças dele com figuras conhecidas do meio montanhístico , sempre com simplicidade mas muito bom humor, grande amigo, grande guia e parceiro de trilha!
O Fred era o raio da trilha , parecia estar ou correndo ou indo atrás de alguém, , o homem de capacete , anoraque e mochila pesada parecia não ter cansaço e seguia sempre full , adrenado , ligado nas fitas e marcas da trilha, compenetrado e decidido ele parecia seguir um plano interno além do plano geral da equipe, um objetivo dele , bonito ver esse tipo de determinação numa pessoa, só em alguns momentos ele parecia perder o foco, era justamente quando ele via seus planos certos sendo ameaçados por dois irreverentes e inexplicáveis seres como eu acostumados ao improviso rsrsrss ô paciência que esse Fred teve que ter com a gente, mas tudo é aprendizado e ele parecia conformado com isso também hahahahahahaha
Já na parte final da subida do Ferraria recebemos a visita
ilustre de uma Jararaca gigantesca, bem enrolada no meio da trilha , e cabeça
imponente armada pro bote, tiramos fotos da amiguinha nada sociável , desviamos
e deixamos ela em paz como deve ser, seguindo em frente.
Finalmente todos reunidos no Ferraria resolvemos iniciar a
derradeira decida da Crista dos 500 anos.
Já eram quase 18 hs quando iniciamos
e eu preucupada com a escuridão que viria logo e pouco conhecimento dessa
trilha não tão batida em alguns pontos pedi ao Jura e Fred que não se
afastassem tanto, meu joelho tava péssimo e na descida qualquer resvalada podia
significar um final bem amargo pra essa travessia, pra todos nós, já que se eu
quebrasse em qualquer ponto, só sairia dali com ajuda , mas pra que pensar em
tragédia, bora pensar em solução né mesmo? Como a decida era lama pura e cheia
de pirambas meu joelho bambeando e sem ligamento posterior não ia aguentar um
erro que fosse, resolvi usar a Crista como escorregador onde eu pudesse e assim
foi, desci as pirambas lamacentas no skibunda mesmo ou me pendurando nos galhos
mais fortes , tirei minha corrente talismã do pescoço e botei no bolso traseiro
da calça e lá se fomos descer a Crista. A trilha é boa, foi muito bem aberta
pelo saudoso Jamil dos Santos que passou um bocado de trabalho pra deixa-la
aberta e transitável, todos que passamos ali devêmos te-lo na lembrança pois
foi um trabalho heroico e bonito o que ele fez nessa trilha, nossas mais gratas
lembranças a ele por isso. Ainda com luz passamos num degrau perigoso onde é
necessário cordas , meu parceiro e maridinho fofo , safo que é nessas horas, me ajudou a supera-las de boa , e mais 20 minutos
a luz ia embora e a escuridão tornava a Crista mais imponente e difícil de ser
vencida, na verdade não é difícil, mas é extenuante e interminável, lances e
mais lances de pirambas , nivela e depois mais piramba e assim vc passa por
horas numa mata cheia de bichos cada vez mais indignados com sua presença por
ali. Fred e Jura na frente , Fred
cantando, chamando assoviando e assim
íamos vencendo a decida interminável, certo momento eu já estava com um rasgo
na parte traseira da calça ,mas eu percebi triste que minha corrente talismã
guardado nesse bolso tinha virado lenda.
Derrepente senti uma picada no pescoço, dei um tapa e continuei.....mais uma picada! hj fui saber que se tratava de uma espécie de “ cobrinha”, como não morri até agora acho que não morro mais....
Derrepente senti uma picada no pescoço, dei um tapa e continuei.....mais uma picada! hj fui saber que se tratava de uma espécie de “ cobrinha”, como não morri até agora acho que não morro mais....
Meio que perdíamos a trilha por algumas vezes mas o Jura com
seus sexto sentido de homem da montanhas sempre procurava nos lugares certos e
logo estávamos na trilha de novo, Fred o
homem foco também soube encontrar várias vezes o rumo certo, já na finaleira eu
e o Sergio fomos atacados por formigas “carnívoras” e desesperados sendo comidos vivos íamos
esmagando e tirando elas do corpo, acontece que elas pareciam renascer e cada
vez mais pra cima, e eu deseperada não parava de gemer e reclamar das formigas
me picando, isso deve ter tirado o Fred do sério e acabado com a ultima
paciência dele mesmo pedindo licença meio que mandou eu tirar a parte debaixo das minhas calças que é
dessas que vira bermuda , foi engraçado pois ele falava como se fosse com uma
criança que fez merda: “tira as calça Diana, agora tira as formigas”,
Bom acho que depois disso foi o fim mesmo, pra finalizar
tinha um espinheiro violento que tinha fechado a trilha.
Ainda tínhamos longos quilômetros até a fazenda e aí sim as
forças foram acabando, eu com joelho fudido,
rasgada , picada e suja de lama, êeeee perrengue bom esse!
Nossos amigos incansáveis pegaram chave do carro e foram na
frente pois tinham muito mais gás pra isso e nós feridos de guerra fomos a
passos lentos primeiro até o cruzamento e depois vendo que eles demoravam até
quase a fazenda onde nossos amigos nos aguardavam já no carro.
Nós tínhamos que dirigir até Floripa e já eram 3 da manhã,
por isso Fred gentilmente dirigiu pra que nós pudéssemos descansar levando Jura
nosso guia para casa em Paranaguá pra depois irmos até o Bolinha resgatar o
carro dele . Assim terminou nossa super aventura , como sempre cheia de
histórias de superação do físico e do psicológico, mais uma pra ficar na
memória ! Se a Travessia Transversal foi uma experiência mística e surreal a
Travessia 7C pra mim foi a travessia da realidade crua onde tudo se apresentou
para que pudéssemos pensar numa solução, provações e experiências transformadas
em aprendizado. Sou grata por isso mais uma vez, por ter oportunidade de
caminhar na serra com pessoas super especiais.
É isso ai Diana e Sergio,foi muito gratificante ,apesar dos contratempos que surgiram.Agora é esperar a página virar...Travessias são assim ,continuam sempre na próxima,é um mau crônico,só quem a vive pode descrever... abraços...Namastê...
ResponderExcluirQ m... pior que é mesmo, vicio da p...., já tô querendo outra
ExcluirHonra fazer essa travessia, dos nossos amigos , Elcio Douglas, Jurandir Constantino e Frederico, repetida com paciência de Jó.
ResponderExcluirMais uma vez comprovada a resistencia castellana, que vai lenta, mas não desiste. Parabéns a todos.
Marumbinista, se não tivesse contratempo não teria tanta graça, a gente gosta do perrengue, como vc disse parece um mau crônico , já se começa a pensar na próxima! Valeu Metal mountain poet boy!
ResponderExcluirFantástica história Diana. Parabéns pela travessia turma!
ResponderExcluirElcio vc é nossa inspiração! Só isso que posso dizer! beijão amigo!
ExcluirDiana, você nos pintou como herói, quando heroína foi você!
ResponderExcluirExcelente relato.
Aliás, vou arrumar mais músicas para cantar nas trilhas, assim vou mais light e damos mais risadas.
Aliás, faltou a bandinha!
Eita turminha boa! Perrengue então, melhor ainda!
ResponderExcluirDiana, muito jóia o relato. Divertido e interessante. Superação psicológica e física foi a tônica, com grandes doses de bom humor. Você realmente foi uma heroína, só por ter encarado com a disposição que encarou essa travessia, fazer bivaque, andar minimalista a "la Élcio", mas também por escrever "na boa" este relato da forma como o fez. Me rachei de rir na altura em que você tirou o talismã do pescoço e colocou no bolso (da "poupança" por assim dizer) bem no início do skibunda... Não sei se a intenção foi proteger o talismã ou a retaguarda mesmo...
Tudo de bom para você, Sérgio e demais membros da equipe desta 7C. Logo, logo quero ver se sigo os passos de vocês e mando essa pro "currículo" também.
Grande abraço!
Getulio amigão, que legal que te rendeu risadas o relato, essa é uma das dádivas de passar tanto perrengue, poder rir com os amigos! Quanto ao talismã, foi pra protegê-lo , achei que na retaguarda era um bom lugar, kkkkkkkkkk mas o bolso rasgou! O melhor de tudo vem agora, em casa ajeitando as coisas o Sergio achou meu talismã embaixo da palmilha da botina....como ele foi parar ali? O bolso rasgou a corrente escorregou pela perna e caiu dentro da botina indo parar embaixo da palmilha, pode? Sinal de que a proteção era forte nessa trilha! Espero encontrar vc uma hora dessas nas andanças na Serra! |Abração!
ResponderExcluirLindo relato, Parabéns a todos pela peripécia!!
ResponderExcluirEvelyn, obrigado guerreira, é bom saber que o relato mostrou um pouquinho do que foi essa peripécia como vc bem colocou! abraços!
ExcluirHaha, boa essa Diana! Talismã forte esse. Força sendo deslocada para onde mais era preciso... Rsrs! Decerto na retaguarda já não precisava mais, aí foi pro pé ajudar no passo.
ResponderExcluirMais uma vez parabéns! Hora dessas esbarramos pelas montanhas!
Bem isso Getulio, tu matou a xarada do talismã! Abraço e claro temos que esbarrar por aí ou combinar algo !
ExcluirCaros Diana e Sérgio,
ResponderExcluirComo já sabem, fiz agora no feriadão de Corpus Christi a 7C, mas bem tranquilo - em 4 dias, com boas paradas de descanso, alimentação e, principalmente, contemplação. Excelente travessia esta e, realmente, como você já disse em seu relato, realmente não é para qualquer mortal, ainda que também não me considere um ser excepcional. Exige uma boa dose de preparo físico e psicológico.
Lembrei de vocês em vários momentos ao longo da travessia, especialmente ao me deparar com os registros nos livros de cume... Inclusive pude compreender melhor o que sentiram e viveram em sua passagem por ali.
O ponto mais delicado, no meu ponto de vista, foi a descida da crista leste do Ferraria. Primeiro porque a pegamos bem molhada e com terreno um pouco instável (chovera a madrugada de domingo toda) e segundo porque já estávamos um pouco desgastados (e eu com a bota molhada da chuva madrugueira acabei com bolhas nos pés) e a vegetação estava bem fechada em alguns trechos, que tivemos que abrir no facão.
Fora os pequenos percalços, uma excelente travessia, digna de ser feita por todos aqueles que se apaixonam pelas montanhas da Serra do Ibitiraquire.
Grande abraço a vocês!
Getulio guerreiro! Fico feliz que tenha passado por essa experiência de podendo degusta-la como ela merece. Em 4 dias teria sido imensamente mais proveitoso, snti falta de tempos a mais nos cumes, e locais que poderia ter acampado e prosseguido mais descansada, mas enfim de um jeito ou outro é um desafio e sentimento de dever cumprido ao concluir a 7C e não é pra qualquer um mesmo, o próprio idealizador e autor da travessia o nosso amigo Elcio Douglas já disse que ela é bem extensa e cansativa ...rsrsrs Concordo com vc a descida leste do Ferraria é punk demais, não acaba nunca e certas pirambas de deixar cabelo em pé kkkkkkk
ResponderExcluirAbraço e meus parabéns !! Legal ter notado nossos registros! Espero ver os seus agora na próxima que formos!