Como toda trilha a coisa toda começa com um convite nosso pra
galera fazer alguma montanha no de fim semana, lá pela terça ou quarta olhamos a
previsão e aí começa o debate por qual montanha vamos andar explorando.Dessa
vez não foi diferente depois de combinarmos durante a semana , como manda a tradição o Gera na sexta feira
começou a dizer que o tempo estava péssimo e que se continuasse assim ele não
ia , a Juliana embora “fracamente” desistiu, dizendo que não ia (mas morrendo
de vontade de ir) resolvemos fazer o
TUCUM e ataque ao Cerro Verde. De ultima hora um amigo nosso, o Cristiano
Serafim topou a
parada e ainda nos ofereceu estadia depois da pernada. Maravilha! Resolvi cutucar uma ultima vez os
dois desertores de ultima hora , o Gera
e Juliana, no nosso grupo no FACE
hehehehe , postei lá nossa programação de fim de semana que incluía conhecer duas montanhas inéditas
pra mim e pra Ju e não deu 5 segundos, a
desertora não aguentou ficar pra trás
dessa aventura e resolveu ir...hahaha , dei meus pêsames pro Gera avisando que
ele seria o único a não ir e após nos desejar uma “boa trilha” meio contrariado,
ele também não aguentando ficar de fora voltou atrás , êeeee
indiada.... bora td mundo pra trilha!
Saímos todos meio estropiados de Florianópolis, cansados
numa sexta feira fim de expediente, cansadíssimos, mas não tem jeito , a
simples expectativa de ir pra montanha mexe com os nossos brios e assim, mesmo
cansados pegamos a estrada..já em Curitiba a névoa encobria tudo , pegamos o
Gera no mesmo lugar de sempre e fomos pra Morretes pegar o Cristiano. Chegamos
lá 1 e pouco da manhã e às 2 da madrugada de sábado estávamos na Fazendo do Bolinha
iniciando a trilha rumo ao Tucum. Nada de barracas , já que a ideia era passar
pelo Camapuã, ver o amanhecer no Tucum e ir de ataque até o Cerro Verde e
voltar no sábado mesmo, mesmo assim as mochilas estavam um tanto pesadinhas,
com comida, 3 litros de água em média pra cada um, saco de dormir, lanterna de
cabeça, fogareiro, máquina e aquela bagulhada toda que no fim acaba sempre
pesando... e pé na trilha..
O começo da subida pro cruze Tucum-Ciririca foi pesado, fora o Cristiano que havia aguardado a gente
em casa, nós de Floripa estávamos bem cansados e detonadinhos nesse início de
trilha...depois de 15 minutos tivemos que parar pra tomar água, tirar roupa
pelo calor, embora fosse noite e estivesse muito provavelmente uns 15 graus a
temperatura, nós suávamos pelo esforço da subida.
Cruza rio daqui, cruza lá, aquela coisa de sempre até que em
uma hora e pouco estavamos no cruze rumo ao Camapuã e Tucum. Segue pra esquerda ( sai pra lá
Ciririca ) e mais uma hora caminhando estávamos na rampa exposta e íngreme que sobe pro cume do Camapuã,
a noite absurdamente estrelada ,
pouco vento e após um breve lanche e descanso continuamos a subida ao cume
dessa primeira montanha. A visão era fantástica, o firmamento estrelado ,
estrelas cadentes, nebulosas, nada faltou pra o deleite de nossos olhos. Chegamos no cume do Camapuã eram quase 5 da
manhã e lá ficamos um tempo decidindo sobre onde aguardar o amanhecer, no cume
estava bem frio, embora suportável, mas achamos bom continuar a movimentação e seguir
pro TUCUM.
Em 40 minutos mais ou menos chegamos ao TUCUM, e após passar pelo cume , descemos um pouco
em direção a trilha que vai pro Cerro Verde pra esperar o espetáculo do
amanhecer...e que amanhecer...não tem palavras que alcancem esse cenário que é
o amanhecer no cume da montanha num dia perfeito... As fotos mostram melhor o
show e a magnitude desse espetáculo. O PP é o perfil perfeito de um gigante
deitado num mar de nuvens e quando o sol desponta é como uma explosão de fogo emergindo
do mar de nuvens por trás do perfil do gigante.....
Aproveitamos bastante esse amanhecer, andamos pelo cume,
tiramos fotos, sentamos ora numa pedra, ora em outra e assim o dia raiou
maravilhosamente nessa manhã de sábado. Nos entretivemos bastante até que bateu
a fome e tomamos nosso café da manhã , ventava um pouco a tivemos que nos aninhar
entre as pedras pro fogo do café não apagar...logo depois bateu uma preguicinha
gostosa e cada um arrumou um canto pra tirar um soninho sob o sol gostoso da
montanha. Lá pelas 9 resolvemos arrumar tudo e ir encarar o Cerro Verde!
Como eu já previa que a programação podia mudar, insisti que
todos assinassem o livro do cume logo, alguns queiram assinar na volta (que
volta???) comecei a dizer que voltar era chato e se gente não voltasse? seguir em frente seria uma boa idéia......vambora gente!
A descida piramba pro Cerro é bem íngreme, 90% quase, mas
nada difícil, só ter cuidado, no final ainda tem corda pra ajudar, foi muito
tranquilo.
Nesse vale a trilha
realmente é meio confusa mas num dia com ótima visibilidade pra nos orientar
não podia dar errado, achamos a trilha pro Cerro já visualizando a do Itapiroca
e fomos em frente. Chegamos no Cerro
Verde eram umas 11 da manhã e eu já morta de fome comecei a reclamar pra parar
e fazer algo pra comer meio contrariada fui pro cume do
Cerro sem muita empolgação ...mas quando cheguei lá........ entendi o porque
ele é chamado de anfiteatro do Ibitiraquere, é simplesmente sensacional a visão
de lá, a localização dessa montanha permite que se veja em 360 graus toda a
serra , todas as montanhas são vistas num
ângulo que as torna maiores pela amplitude
de visão. Magnífico!
Mas a demora não foi muita e logo nos apressamos a entrar na
trilha pro Itapiroca, bom aí que a coisa enrosca LITERALMENTE, a trilha pro
Itapiroca é um emaranhado só de taquaras e plantas espinhentas que espetam como
ponta de faca, fechada e rasteira é um custo andar nessa trilha de mochila, pra
nós mulheres de cabelo comprido então, quase fui escalpelada várias vezes
rsrsrsrsrs, ok exagero..mas realmente o
avanço é lento pelo emaranhado que é essa trilha, e o negócio é tocar porque o
Itapiroca parecia não chegar nunca , mas acho que era minha fome. Finalmente ao
chegar aonde seria uma bica dágua, mas que estava seca, paramos pra fazer o
almoço : macarrão com calabresa e queijo ralado e suco ...delicioso como só um miojo pode ser
nessas horas .
Continuamos a subida e o resto foi questão de esforço e
vencer o calor e cansaço nessa tarde ensolarada, chegamos ao cume do
Itapiroca perto das 16 hs , foi quando
começaram a despontar as primeira nuvenzinhas da tal chuva prometida pro fim de
semana....as 16:30 começamos a descida, aí cada um foi no seu ritmo pois estávamos
“em casa”, demos a chave do carro pro
Cristiano que se ofereceu pra pegar o carro vislumbrando uma carona até a BR e
uma pernada até o Dilson já que ele foi
eleito o mais preparado fisicamente do
alto de seus vinte e poucos anos ..
A descida do Getulio castigou
como sempre meus joelhos, mas isso já nem importava tão feliz tinha sido esse
dia em que um ataque ao Tucum e Cerro tinha se transformado na travessia entre as fazendas...chegando no Dilson comemoramos a travessia com pastel e cerveja
enquanto aguardávamos o Cristiano que não demorou em chegar, cumprindo bem seu
papel no resgate do carro na fazenda do Bolinha. Também conhecemos a Jade do Dilson uma linda menininha , parecida
com a minha Jade , de cabelinhos pretos e olhinhos claros.
A travessia valeu a pena, tivemos a sorte de um sábado
maravilhoso e mais uma vez a prova que sempre é bom aceitar desafios, ir um
pouco além.
Muito bom Diana. 4 montanhas de ataque. Parabéns!
ResponderExcluirMe diga uma coisa: A marca da travessia nas gretas entre Cerro verde e Itapiroca, ainda está lá?
Salve guerreiro! Tá lá sim Élcio, firme forte a marca do Alpha Crucis, gosto muito de ve-las nesses lugares, são rastros da pernada histórica!
ResponderExcluirBoa tarde Diana! Por acaso vc tem a tracklog desta travessia? Obrigado e parabéns
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