quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Travessia Camapuã-Tucum-Cerro Verde-Itapiroca-Fazenda Pico Paraná





Como toda trilha a coisa toda começa com um convite nosso pra galera fazer alguma montanha no de fim  semana, lá pela terça ou quarta olhamos a previsão e aí começa o debate por qual montanha vamos andar explorando.Dessa vez não foi diferente depois de combinarmos durante a semana ,  como manda a tradição o Gera na sexta feira começou a dizer que o tempo estava péssimo e que se continuasse assim ele não ia , a Juliana embora “fracamente” desistiu, dizendo que não ia (mas morrendo de vontade de ir)  resolvemos fazer o TUCUM e ataque ao Cerro Verde. De ultima hora um amigo nosso, o Cristiano Serafim topou a parada e ainda nos ofereceu estadia depois da pernada.  Maravilha! Resolvi cutucar uma ultima vez os dois desertores  de ultima hora , o Gera e Juliana,  no nosso grupo no FACE hehehehe , postei lá nossa programação de fim de semana  que incluía conhecer duas montanhas inéditas pra mim e pra Ju e não deu 5  segundos, a desertora  não aguentou ficar pra trás dessa aventura e resolveu ir...hahaha , dei meus pêsames pro Gera avisando que ele seria o único a não ir e após nos desejar uma “boa trilha”  meio  contrariado,  ele também não aguentando ficar de fora voltou atrás ,    êeeee indiada.... bora td mundo pra trilha!
Saímos todos meio estropiados de Florianópolis, cansados numa sexta feira fim de expediente, cansadíssimos, mas não tem jeito , a simples expectativa de ir pra montanha mexe com os nossos brios e assim, mesmo cansados pegamos a estrada..já em Curitiba a névoa encobria tudo , pegamos o Gera no mesmo lugar de sempre e fomos pra Morretes pegar o Cristiano. Chegamos lá 1 e pouco da manhã e às 2 da madrugada de sábado estávamos na Fazendo do Bolinha iniciando a trilha rumo ao Tucum. Nada de barracas , já que a ideia era passar pelo Camapuã, ver o amanhecer no Tucum e ir de ataque até o Cerro Verde e voltar no sábado mesmo, mesmo assim as mochilas estavam um tanto pesadinhas, com comida, 3 litros de água em média pra cada um, saco de dormir, lanterna de cabeça, fogareiro, máquina e aquela bagulhada toda que no fim acaba sempre pesando... e pé na trilha..
O começo da subida pro cruze Tucum-Ciririca foi pesado,  fora o Cristiano que havia aguardado a gente em casa, nós de Floripa estávamos bem cansados e detonadinhos nesse início de trilha...depois de 15 minutos tivemos que parar pra tomar água, tirar roupa pelo calor, embora fosse noite e estivesse muito provavelmente uns 15 graus a temperatura, nós suávamos pelo esforço da subida.
Cruza rio daqui, cruza lá, aquela coisa de sempre até que em uma hora e pouco estavamos no cruze rumo ao Camapuã  e Tucum. Segue pra esquerda ( sai pra lá Ciririca ) e mais uma hora caminhando estávamos na  rampa exposta e  íngreme que sobe pro cume do  Camapuã,  a noite absurdamente  estrelada , pouco vento e após um breve lanche e descanso continuamos a subida ao cume dessa primeira montanha. A visão era fantástica, o firmamento estrelado , estrelas cadentes, nebulosas, nada faltou pra o deleite de nossos olhos.  Chegamos no cume do Camapuã eram quase 5 da manhã e lá ficamos um tempo decidindo sobre onde aguardar o amanhecer, no cume estava bem frio, embora suportável, mas achamos bom continuar a movimentação e seguir pro TUCUM.
Em 40 minutos mais ou menos chegamos ao TUCUM,  e após passar pelo cume , descemos um pouco em direção a trilha que vai pro Cerro Verde pra esperar o espetáculo do amanhecer...e que amanhecer...não tem palavras que alcancem esse cenário que é o amanhecer no cume da montanha num dia perfeito... As fotos mostram melhor o show e a magnitude desse espetáculo. O PP é o perfil perfeito de um gigante deitado num mar de nuvens e quando o sol desponta é como uma explosão de fogo emergindo do mar de nuvens por trás do perfil do gigante.....



Aproveitamos bastante esse amanhecer, andamos pelo cume, tiramos fotos, sentamos ora numa pedra, ora em outra e assim o dia raiou maravilhosamente nessa manhã de sábado. Nos entretivemos bastante até que bateu a fome e tomamos nosso café da manhã , ventava um pouco a tivemos que nos aninhar entre as pedras pro fogo do café não apagar...logo depois bateu uma preguicinha gostosa e cada um arrumou um canto pra tirar um soninho sob o sol gostoso da montanha. Lá pelas 9 resolvemos arrumar tudo e ir encarar o Cerro Verde!

Como eu já previa que a programação podia mudar, insisti que todos assinassem o livro do cume logo, alguns queiram assinar na volta (que volta???) comecei a dizer que voltar era chato  e se  gente não voltasse?  seguir em frente seria uma boa idéia......vambora gente!
A descida piramba pro Cerro é bem íngreme, 90% quase, mas nada difícil, só ter cuidado, no final ainda tem corda pra ajudar, foi muito tranquilo.
Nesse vale  a trilha realmente é meio confusa mas num dia com ótima visibilidade pra nos orientar não podia dar errado, achamos a trilha pro Cerro já visualizando a do Itapiroca e fomos em frente.  Chegamos no Cerro Verde eram umas 11 da manhã e eu já morta de fome comecei a reclamar pra parar e fazer algo pra comer meio contrariada fui pro cume do Cerro sem muita empolgação ...mas quando cheguei lá........ entendi o porque ele é chamado de anfiteatro do Ibitiraquere, é simplesmente sensacional a visão de lá, a localização dessa montanha permite que se veja em 360 graus toda a serra , todas as montanhas são vistas num  ângulo  que as torna maiores pela amplitude de visão. Magnífico!




Mas a demora não foi muita e logo nos apressamos a entrar na trilha pro Itapiroca, bom aí que a coisa enrosca LITERALMENTE, a trilha pro Itapiroca é um emaranhado só de taquaras e plantas espinhentas que espetam como ponta de faca, fechada e rasteira é um custo andar nessa trilha de mochila, pra nós mulheres de cabelo comprido então, quase fui escalpelada várias vezes rsrsrsrsrs, ok exagero..mas  realmente o avanço é lento pelo emaranhado que é essa trilha, e o negócio é tocar porque o Itapiroca parecia não chegar nunca , mas acho que era minha fome. Finalmente ao chegar aonde seria uma bica dágua, mas que estava seca, paramos pra fazer o almoço : macarrão com calabresa e queijo ralado e  suco ...delicioso como só um miojo pode ser nessas horas .
Continuamos a subida e o resto foi questão de esforço e vencer o calor e cansaço nessa tarde ensolarada, chegamos ao cume do Itapiroca  perto das 16 hs , foi quando começaram a despontar as primeira nuvenzinhas da tal chuva prometida pro fim de semana....as 16:30 começamos a descida, aí cada um foi no seu ritmo pois estávamos “em casa”,  demos a chave do carro pro Cristiano que se ofereceu pra pegar o carro vislumbrando uma carona até a BR e uma pernada até o Dilson  já que ele foi eleito  o mais preparado fisicamente do alto de seus vinte e poucos anos ..

A descida do Getulio  castigou como sempre meus joelhos, mas isso já nem importava tão feliz tinha sido esse dia em que um ataque ao Tucum e Cerro tinha se transformado na travessia entre  as fazendas...chegando no Dilson  comemoramos a travessia com pastel e cerveja enquanto aguardávamos o Cristiano que não demorou em chegar, cumprindo bem seu papel no resgate do carro na fazenda do Bolinha. Também conhecemos a  Jade do Dilson uma linda menininha , parecida com a minha Jade , de cabelinhos pretos e olhinhos claros.
A travessia valeu a pena, tivemos a sorte de um sábado maravilhoso e mais uma vez a prova que sempre é bom aceitar desafios, ir um pouco além.









3 comentários:

  1. Muito bom Diana. 4 montanhas de ataque. Parabéns!
    Me diga uma coisa: A marca da travessia nas gretas entre Cerro verde e Itapiroca, ainda está lá?

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  2. Salve guerreiro! Tá lá sim Élcio, firme forte a marca do Alpha Crucis, gosto muito de ve-las nesses lugares, são rastros da pernada histórica!

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  3. Boa tarde Diana! Por acaso vc tem a tracklog desta travessia? Obrigado e parabéns

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