Ontem um amigo montanhista me disse que voltar na mesma montanha é sempre diferente... e é mesmo! No caso do Monte Crista , onde voltei neste feriado de 7 setembro foi completamente diferente...
No ano passado chuva e perrengue na madrugada e de manhã pra
atravessar o Rio do Crista ,mas este ano....tudo mudou!
Começando pela olhada animadora na previsão do tempo que
indicava sol na sexta e sábado( 07 e 08 /09/2012) e no domingo probabilidade de
chuva., por isso resolvemos adiantar e ir na sexta pra voltar com segurança no sábado e que caia
água no domingo....
Fazer a trilha do Monte Crista com chuva é se enterrar numa
trilha lamacenta, exceto nos trechos
revestidos com pedras pois a caminhada se torna pesada e cansativa , ainda
mais com cargueira...assim foi no ano passado
Iniciamos a caminhada as 10 hs da manhã na ponte pênsil,
cargueiras pesadas pois queríamos acampar no cume e curtir toda aquela
tralharada de fogareiro, café nas alturas, exploração no cume pela manhã
enfim...aquilo que só quem sobre montanha sabe curtir e sabe que é bom
demais....
A trilha seca nos proporcionou um andar mais acelerado e em
pouco mais de uma hora estávamos na clareira, onde dá acesso a uma cachoeira
belíssima e se pode observar árvores e plantas imensas em toda sua exuberância,
até esse trecho o som dos pássaros, em particular do ferreiro é a trilha sonora
da trilha. Descanso , reabastecimento de água , lanchinho e tocamos pra subida
propriamente dita. Nessa trilha causei admiração nos meus companheiros pois
resolvemos “ brincar” de acertar a altura e eu simplesmente não errei nenhuma
vez até o cume, conseguindo dizer com precisão com margem de erro mínima a altura em que nos encontrávamos,
até me admirei, devo ter desenvolvido um altímetro no meu cérebro hahahaha!
A subida é escalaminhada, alternada com escadarias de pedra,
e assim até o último ponto de água, onde novamente abastecemos as garrafinhas e
cantis pra subida final, próxima parada : platô 900, chegamos rapidamente lá e
já havia dois casais montando acampamento.
Uma curiosidade, o pessoal que sobe montanha em Joinville em sua maioria desconhece ou não quer
usar fogareiro! 90% corta lenha e faz fogueira o que faz com que todos fiquem
com cheiro de fumaça e infelizmente o pior: causa uma imensa depredação na mata.
Segundo o senhorzinho lá do bar no inicio da trilha já foram feitas várias
campanhas de concientização mas nada surte efeito. Até troca de facão por
fogareiro já foi feita e nada! Pessoal continua fazendo fogueira ...
No platô 900 tem uma bifurcação que leva a outros locais de
acampamento como a cabeluda, mas não era esse nosso objetivo e sim o cume, o
lugar mais alto do Monte Crista, subindo 100 mts se chega numa bifurcação pouco
abaixo do cume: pra direita o Guardião de Pedra ( já conhecido por nós) e à
esquerda e subindo mais o verdadeiro cume do Monte Crista!
Eram 15 hs quando começamos a explorar a Crista em busca de
lugar para acampar e quase a beira de num precipício descobrimos ser o melhor
lugar, ficamos exatamente entre as duas corcovas do cume do Monte Crista.
Excelente, pois era relativamente protegido por vegetação e era cume mesmo.
Quando chegamos havia uma núvem tirando a visibilidade, mas
logo ela se dissipou para em questão de minutos abrir-se um céu limpíssimo ,
sol brilhando descortinando um visual fantástico da Serra do Quiriri à nossa
frente. Montamos barracas animadamente, exploramos o cume, conversamos com um
pessoal simpatissíssimo que tocavam um instrumento chamado UKULELÊ, guitarrinha
havaiana o que deu um clima mais surreal ainda naquela tarde magnífica no alto
do Monte Crista.
Barracas montadas, cafezinho feito , muita prosa e começou
outro espetáculo, o crepúsculo na montanha, “amazing” !
Mas o mais fantástico ainda estava por vir, mais tarde à
noite quando num céu absolutamente limpo, as nuvens condensaram abaixo do cume
apresentou-se o céu mais estrelado que já tinha visto. Fomos convidados pelos
vizinhos a nos juntarmos pra uma confraternização com música, bate papo, e aí
foi que descobrimos que o Oscar Lobo entende e muito de astronomia, nos mostrou
a VIA LÁCTEA que estava visível, a constelação de Escorpião, entre outras e nos
explicou sobre o cinturão de Orion, distancia das estrelas, como identificar estrelas
e planetas enfim....um papo interessantíssimo, é incrível como momentos como
esse acontecem de forma mágica e derrepente nos sentimos muito gratos e
privilegiados em estar num lugar onde parece que fomos levados , não por
acaso...
Após uma noite tranquila, o dia amanheceu de forma não menos
espetacular e a manhã foi dedicada a só curtir o ar da montanha, visitar o
Guardião de Pedra que estava lá imponente e desta vez ensolarado , olhando o
horizonte, impossível não perceber a exatidão da disposição daquelas pedras que
formam o guardião, encaixadas milimetricamente, pra mim fica claro ser um monumento
de Pedra , obra de alguém...com algum objetivo...
A descida foi perto do meio dia e bem rápida, por volta das
16 hs estávamos na ponte pencil, após atravessar o rio com muita tranquilidade
, desta vez...poderia dizer que foi a trilha perfeita, sem nenhum perrengue que
embora a gente goste por sermos aventureiros, também sabemos curtir trilha sem
ele, só pra curtição mesmo, como foi essa volta ao Monte Crista. Na próxima vai
ser travessia pra Garuva pra curtir bem os campos da Serra do Quiriri!
Nota:
O Caminho do Peabirú é uma rota indígena que foi utilizada para interligar o Atlantico ao Pacífico , utilizada pelos Incas assim como os Guaranis , estes últimos o mantiveram em segredo até contarem para o náufrago Aleixo Garcia da sua existência, posteriormente foi utilizada pelos jesuítas, exploradores e expedicionários. Hoje em dia existem apenas vestígios dessa rota que saia de Florianópolis, Palhoça e atravessava Santa Catarina ,Paraná. Bolivia, Cordilheira dos Andes, Sul do perú e finalmente a costa do Pacífico. Há também um outro ramal que saia da Baia de São Vicente em SP e interligava-se a mesma rota pelo Paraná. Há algumas controvérsias sobre qual trecho no Paraná faria realmente parte do Peabirú, atualmente há maior consenso entre historiadores que que o único Caminho do Peabiru em Santa Catarina era feito apenas a partir da Baía da Babitonga, entrando pela Baía do Palmital e chegando ao riacho chamado rio Três Barras, seguindo paralelamente a este riacho por terra pela atual fazenda de Três Barras (hoje Pirabeiraba em Joinville), continuando em direção aos pés da serra do Quirirí (hoje nos limites intermunicipais de Garuva com Campo Alegre e também com a divisa com o Paraná), subindo pela trilha do Monte Crista e caminhando pelos altiplanos pelos Campos do Quirirí (Icrín, Iqueririm, Iquerí ou Iquirí) e nos Campos dos Ambrósios já no estado do Paraná. Este caminho era chamado antigamente pelos tropeiros do século XVIII de "Caminho Velho".
Mais informações sobre o caminho do Peabirú:
http://correiodolitoral.com/colunistas/fernanda/2405-a-verdade-do-peabiru
http://www.caminhodepeabiru.com.br/ocaminho.htm
http://produtorapangeia.blogspot.com.br/2010/09/expedicao-peabiru-no-docsc.html
O Caminho do Peabirú é uma rota indígena que foi utilizada para interligar o Atlantico ao Pacífico , utilizada pelos Incas assim como os Guaranis , estes últimos o mantiveram em segredo até contarem para o náufrago Aleixo Garcia da sua existência, posteriormente foi utilizada pelos jesuítas, exploradores e expedicionários. Hoje em dia existem apenas vestígios dessa rota que saia de Florianópolis, Palhoça e atravessava Santa Catarina ,Paraná. Bolivia, Cordilheira dos Andes, Sul do perú e finalmente a costa do Pacífico. Há também um outro ramal que saia da Baia de São Vicente em SP e interligava-se a mesma rota pelo Paraná. Há algumas controvérsias sobre qual trecho no Paraná faria realmente parte do Peabirú, atualmente há maior consenso entre historiadores que que o único Caminho do Peabiru em Santa Catarina era feito apenas a partir da Baía da Babitonga, entrando pela Baía do Palmital e chegando ao riacho chamado rio Três Barras, seguindo paralelamente a este riacho por terra pela atual fazenda de Três Barras (hoje Pirabeiraba em Joinville), continuando em direção aos pés da serra do Quirirí (hoje nos limites intermunicipais de Garuva com Campo Alegre e também com a divisa com o Paraná), subindo pela trilha do Monte Crista e caminhando pelos altiplanos pelos Campos do Quirirí (Icrín, Iqueririm, Iquerí ou Iquirí) e nos Campos dos Ambrósios já no estado do Paraná. Este caminho era chamado antigamente pelos tropeiros do século XVIII de "Caminho Velho".
Mais informações sobre o caminho do Peabirú:
http://correiodolitoral.com/colunistas/fernanda/2405-a-verdade-do-peabiru
http://www.caminhodepeabiru.com.br/ocaminho.htm
http://produtorapangeia.blogspot.com.br/2010/09/expedicao-peabiru-no-docsc.html