Foto pra posteridade rsrsrs |
Desde o dia em que saí do
parque, já comecei a afirmar que logo voltaria pra fazer no sentido
clássico, Petrópolis - Teresópolis, e a oportunidade surgiu este
ano , num convite da Terezinha Tessaro , via face, para repetirmos a travessia , logo me animei e nem pensei duas vezes , principalmente porque desde a perrengosa travessia
7C, no Ibitiraquire, em dezembro de 2013, não havia mais
saído de Floripa, exceto pra fazer o Pico Paraná em abril deste
ano. E agora em Junho, no feriado de Corpus Christi, seria mais
uma oportunidade de me lançar numa travessia clássica ao melhor
estilo, o meu preferido: travessia por cristas de montanhas, altitude
de mais de 2.000 mts, com cumes amplos e visão exuberante de uma
cadeia de montanhas da serra do mar.
O mês que antecedeu a trilha não foi fácil
pra mim devido alguns contratempos . Gosto de me
informar bem, embora a travessia não fosse nova, é sempre bom
atualizar informações, relembrar os trechos importantes das trilhas, logística
e estratégia prontas pra somente curtir enquanto estiver na pernada.
Mas, enfim, me senti preparada igualmente confiando na experiência
adquirida em tantas travessias que já fiz. A maioria em
condições bem adversas e sem o conforto de abrigos de montanha nos
cumes. Trilhas, muitas vezes fechadas e pouco frequentadas,
enfim, a travessia petró - teré é um luxo, um presente
valioso pra mim, um bálsamo. .
Mas vamos
a travessia da Serra dos Órgãos : ela pode ser feita de várias
formas, e pode variar o tempo para percorrê-la, dependendo da
estratégia ou modalidade escolhida. Pra quem tem pulmão e gosta de
correr no mato, ela pode ser concluída tranquilamente em
um dia. Já fiz travessias assim, e não recomendo se vc gosta de
curtir o ar da montanha, tirar fotos, e parar pra contemplar nos cumes ou
mirantes, além de, claro, curtir aquele pernoite clássico numa
barraca ou bivaque ao ar livre, tomar cafezinho de fogareiro, fazer
aquela jantinha caprichada a zero graus de temperatura... Por isso, as
duas vezes que fui, resolvi fazer em estilo "slow". São
3 dias, com tempo de sobra para superar os 3 trechos nos quais ela é
dividida de forma a que você pernoite nos abrigos de
montanhas. Nada de correria e preocupação. Até porque, correr
numa trilha dessas, ter pressa é um pecado para os olhos. Além
de inútil, pois se chega no abrigo do mesmo jeito, ou em 4
horas, ou em 6. E ainda sobra muito tempo pra curtir a montanha. Minha única preocupação era o grupo
grande. 20 pessoas. Um número grande pra mim que costumo fazer trilha
ou montanha com no máximo 5 ou 6 pessoas. N'um grupo assim, é
inevitável a diferença de ritmo e intenção na performance, além de
diferenças na logística adotada. Alguns andariam mais leves, pois
optaram por pagar beliche ou barraca nos abrigos. Outros, como eu, optaram por
andar com tudo na cargueira. Meu modo de pensar é que se baixa um
nevoeiro, e a dificuldade de navegar
apresenta riscos, o melhor é parar, e continuar
no outro dia. E é por isso que ando sempre com equipamento completo:
barraca, saco de dormir, comida pra 3 dias, roupa quente e
impermeável... etc....
Mas o grupo em sua maioria era
experiente e cada um soube montar sua própria estratégia. Houve quem
disparasse na frente e andasse com a pressa de quem precisa chegar numa estação
de trem no horário (rsrsrs) E houve os que como
eu, priorizaram aproveitar o tempo de sobra na montanha,
em paradas sem pressa, contemplação e companheirismo. Essa é minha
opção n'uma trilha desse tipo, sem maiores dificuldades. Quando
a trilha é assim demarcada, e se tem
tempo, prefiro tirar o máximo que a experiência pode
me dar. Já fiz muita travessia sem pregar o olho à noite, só na
pernada, correndo contra o tempo pra concluir em segurança. Não
podendo parar com risco de uma hipotermia, chuva, lama, e bichos
peçonhentos rastejando em volta ...rsrrss... enfim, sei correr quando
eu preciso, mas se não tem necessidade, permito-me mais paradas e
despreocupação com tempo.
A Terezinha Tessaro foi quem organizou a excursão à Serra dos Órgãos deste ano e contou com a ajuda do
Evaldo Bez Bati pra conseguir , um micro com 2 motoristas, muito bons por
sinal, pra fazerem a viagem
Florianópolis - Petropolis e depois nos resgatar em Teresópolis.
Como eu tinha organizado a anterior, dei uma mão com as inscrições no
parque e o Pedro Filho organizou bem as estadias nos
abrigos afim de garantir boas pernoites e um risoto de
confraternização no Abrigo Quatro. O grupo era heterogêneo. Havia os
“veteranos” que estavam fazendo pela segunda vez, os estreantes no PARNASO, embora trekkeiros experientes,
e havia os que jamais haviam feito travessia ainda, desse
tipo. Mas todos tinham algo em comum: a determinação de
fazê-la... Nenhuma dúvida pairava no ar. Muito pelo contrário, o
clima já na viagem era de curtir montanha. Nenhum receio, nem
sombra de medo ou insegurança... Muito bom!
Assim, por volta de 20:30 do
dia 04-06, o micro partiu, Floripa-Petrópolis. Viagem boa,
animação lá encima, todos preparados, algumas cargueiras do
tamanho de um trailer e outras que mais pareciam de ataque... Cada um na
sua estratégia...
Chegamos em Petrópolis por volta das 15 hs após
subida interminável pela serra que levava ao PARNASO. O micro parou
em um certo lugar próximo a portaria e o ultimo trecho foi vencido à pé.
Após a foto oficial, alguns já foram tomando dianteira na trilha do
primeiro trecho. Para nós que ainda enrolamos um pouco a subida
ao castelo do Açu que fica a 2.232 mts de
altitude, iniciou às 17 hs. Tarde p'ra quem vai sem guia,
porém sabíamos que a trilha era bem demarcada podendo complicar
somente no trecho final, caso baixasse um nevoeiro e
impedisse nossa navegação visual. É considerado o trecho mais difícil a
vencer nos 3 dias, por conta da subida ´ingreme.
Geralmente, se leva entre 4 ou 6 hs pra
concluir. Pelo horário de partida, expliquei pra quem eu pude que
não adiantava correr, pois mesmo num ritmo acelerado não chegaríamos antes
das 21 hs no abrigo. Então, era aproveitar a lua cheia e
poupar esforço desnecessário, ainda mais na subida puxada que iriamos ter.
O trilha pro Açu é
puxada. E embora muito bem cuidada e aberta, a subida é de
tirar o fôlego pra quem não está acostumado com peso. Passamos por várias
cachoeiras no início. E com o ganho de altitude dá pra
perceber a vegetação que vai mudando até chegar àquela típica de
alta montanha. O primeiro trecho da subida até a pedra do queijo me
exigiu mais esforço particularmente. Em alguns trechos tive que parar para tomar fôlego, e percebi o que a falta de
condicionamento tita de energia.... Mesmo assim, a medida que ganhávamos altitude, meu
pulmão ia respondendo melhor, e um grupo já tinha se distanciado na
dianteira. Outros dois ou três grupos seguiam logo atrás. Eu num
ritmo constante até que algumas paradas pra ajeitar uma coisa nos distanciaram. Junto comigo ia o Elder Di
Moura - meu namorado , maranhense determinado, e sempre
muito focado nos detalhes da trilha. Ótimo parceiro. Sempre
solicito, e por boa parte do tempo, absorto nos próprios
pensamentos, reflexões. De um cara amante de música boa, boas
leituras. Sempre regando as experiências com alguns clássicos
de suas bandas de heavy metal ou autores e
filósofos preferidos. Junto de nós iam a Maria Thereza, Djalmo, Pedro Filho, Terezinha, Mercia Brito, mais a frente o Willian, Thiago, Chico e Jaçanã(outro casal rock n roll) e também o casal Ricardo Ferraresi e Rosângela. A Joara , alegre parceira de montanha ia no pelotão da frente junto com o Jules, Eliane, Evaldo Julius e Carlise.
Estes últimos pouco vi na trilha, já que nos 3 dias
andaram sempre na frente, demonstrando estarem com
bom condicionamento e bastante preocupação em manter ritmo mais
acelerado.
E assim, já escurecendo
chegamos na Pedra do Queijo, onde cruzamos por alguns que
desciam pra Petrópolis e nos informaram que nossos amigos estavam logo adiante.
Dali até o Ajax a subida é mais tranquila, porém sofri um pouco devido as intensas câimbras que me acometeram nessa altura, na
coxa e panturrilha. Mais uma vez amaldiçoei minha preguiça de
frequentar academia. Tomei um carb up e
com as vigorosas massagens do
meu "namorado-personal condicionador-trainner" melhorei e por fim consegui prosseguir tendo pela frente o trecho mais íngreme, a tal subida da Isabeloca,
chegando no fim da Isabeloca tiramos fotos já com as lanternas ligadas, curtimos um bom descanso
e lanchamos, além de colocarmos roupas quentes , toucas, luvas e anoraques, já que
a temperatura baixou drasticamente . Esse local tem esse nome em
alusão a princesa Isabel que teria passado por ali no lombo de
mulas.
Isabeloca na lua cheia |
Após essa longa parada
na Isabeloca chegamos ao chapadão e a noite nos brindou com o nascer
de uma enorme lua cheia, e assim eu tive mais uma vez a experiência de andar em
campos de altitude à noite, num chapadão
maravilhoso.
A lua nascendo na Serra dos Órgãos : Foto Djalmo |
Iluminados pela lua cheia, desligamos as lanternas e
resolvemos curtir a noite na montanha andando sem pressa e avistando ao longe
algumas lanternas mais adiante. Eram William, Chico e Jaçanã que
também iam nos avistando dessa distancia. E assim, pouco tempo depois já
avistamos o castelo do Açu, nome dado às rochas que
formam um "castelo" a 2.232 mts de
altitude. Chegamos no abrigo do Açu e mais uma vez, a exemplo de
2013 nos recebeu o Hamilton , o guia de montanha responsável pelo abrigo (que um dos integrantes do grupo apelidou carinhosamente
de prof Girafales kkkkk ) com um sonoro
SHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.... falem baixo!!
A maioria tinha alugado barracas e nem
precisou se preocupar com nada a não ser jogar o corpo p'ra dentro delas que já
estavam montadinhas no acampamento perto do abrigo.
Como eu e o Elder fomos com nossa casa
nas costas, pedimos onde poderíamos montá-la e o Hamilton
juntamente com mais dois guias nos indicaram um excelente local, com chão
fofinho de vegetação que serviu de colchão macio na noite que se seguiu. De lá
podia-se observar tudo. A noite estrelada, o abrigo, o local de
acampamento ali próximo e curtir privacidade na montanha, coisa que
eu prezo muito. Ficamos com nossa barraquinha montada estrategicamente
distante e pudemos conversar e curtir nossa janta sem perturbar e sermos perturbados... A janta
foi talharim com atum, queijo e suco de
uva hmmmmm , delicioso. Foi deitar e as
câimbras recomeçaram. O que me fez dar uns gemidos de dor que podem ter
sido interpretados de outra forma pelos "vizinhos" nas barracas não tão distantes. A noite estava fria, gelada, perfeita. E na
madrugada percebi nas vezes que sai da barraca que o chão estava congelado em
algumas partes. Numa dessas vezes que saí da barraca respirei feliz o
ar gelado da montanha e escaneei minuciosamente tudo a minha volta
como que pra registrar na memória mais uma vez esse momento sublime de estar
onde eu mais gosto. A visibilidade era total mesmo à noite, de tudo a
nossa volta , o abrigo, acampamento, à direita o castelo do Açu, e a
esquerda a silhueta da serra. Conexão interna total com o que me
cercava, todos os sentidos altamente estimulados pelo ambiente... a noite
foi mesmo incrível nesse local, acordamos as 5:45 ainda escuro e resolvemos
dormir mais um bocadinho antes do amanhecer, foi o suficiente pra perdermos o
nascer do sol e às 06:15 tudo já estava claro mas ainda com cores douradas e
avermelhadas. Levantamos, colocamos gorro, luva, e nos dirigimos ao
castelo do açu onde a maioria já se encontrava no alto de uma pedra que tem uma
espécie de corrimão de corda, preferi a pedra mais baixa de onde eu
sabia que a visão era bem mais bonita do dedo de Deus com a serra
toda formando os teclados de um órgão e os 3 picos ao fundo... Dali
tiramos fotos que até agora não vi semelhantes.
Açu |
Talvez nosso atraso
tenha sido crucial para clicarmos essas fotos sensacionais com a incidência de
raios solares magníficos como que nos energizando naquele local...
Durante a manhã o pessoal se espalhou
por vários pontos pra tirar fotos, enquanto outros abasteciam de água, lavavam
louça e juntavam tudo em sua cargueira. Novamente alguns saíram na frente mais
apressados e seguiram a travessia no seu trecho mais
desafiador porém igualmente belo , que é caminhar numa
altitude média de 2.000 mts sobre chapadões de pedra, cumes e
cristas ao céu aberto rumo ao Abrigo Quatro. Os demais foram sem
pressa, se ajeitando e saindo rumo ao segundo
dia da travessia. Todos com energias recarregadas nesse
amanhecer ensolarado no Açu.
na frente do abrigo do Açu |
Logo que se sai do Açu, o rumo é o Morro do
Marco. Se vai descendo uma laje enorme de pedra até chegar
num ponto onde se começa a subir novamente e cada vez mais íngreme,
subidinha puxada, obriga a parar e pegar fôlego....Seguiam próximos a nós a Terezinha, Eliane, e um pouco a frente Mercia,
Tiago, Maria Tereza e Djalmo, este último sempre preocupado com sua
parceira e dando as dicas do que ela deve fazer pra melhorar sua performance na
trilha kkkkk também vai o Pedro registrando incansável toda
a travessia, e digna de nota a animação 100% da Claudia alto
astral que ficou sem a outra metade do casal astral, o Celso que ficou
em Floripa pois não conseguiu vaga pra travessia.
Descida da laje , após saída do Açu. Foto: William |
e assim iam todos meio
parecidos , o Pedro fotografando a todos e parecendo não
sentir a casa que levava nas costas, parte do peso um grande volume de
comida pra confraternização que seria feita logo mais a noite
no Abrigo Quatro.... Jaçanã e Chico também vão em ritmo constante,
assim como o William , Joara . Mais a frente iam o casal
Ricardo e Rosangela e lá bem na frente o Evaldo, Jules, Julius
e Carlise que iam a ritmo de trilha bate e volta...
Após o Morro do Marco, se desce
novamente desta vez em direção ao segundo ponto mais alto da travessia,o Morro
da Luva que fica a 2.263 mts de altitude. A subida é
forte novamente, com partes de laje de pedra onde se pode retomar o fôlego e
fazer hidratação, e a vista no cume dessa Montanha já é a do Garrafão, lindo
demais, o dia estava incrível, a visibilidade era surreal, a impressão era
de andar no cenário de um filme desses grande
épicos em tomadas aéreas magníficas, uma
trilha sonora não me abandonava cabeça nesse dia o som da banda
Dream Theater “Another Day” : “Live another day, climb a little higher, find another reason to stay ashes in your hands mercy in your eyes, if you're searching for
a silent sky”
Maria Thereza e eu |
Do Morro da Luva se caminha por
lajeados. O que pra mim é uma das melhores partes. Muito se fala
no risco de se perder, mas é improvável num dia de muita
visibilidade como esse, porém com nevoeiro tudo muda de figura perdem-se as
referências, então recomendável é fazer a travessia,( principalmente o segundo
dia), com tempo bom e visibilidade ok. Além
de, claro, estudar a travessia saber identificar em que
ponto você está nela. Essa parte do lajeado é praticamente caminhar
em campo de altitude prestando atenção nas sinalizações. Os totens
ajudam com certeza, mas a marcação das setas nas pedras são o mais
confiável e olhando sempre na direção do seu próximo ponto de referência, no
nosso caso o próximo ponto seria a cachoeira com o corrimão. Durante todo esse
dia andamos com um grupo de Espirito Santo andando, ora na
frente, ora atrás. Quando chegamos no corrimão eles estavam lá, porém
resolvemos prosseguir e almoçar mais adiante, pois tínhamos logo
adiante um dos desafios desse dia - O Elevador.
Elevador |
Trata-se de um paredão onde foram
afixados grampos como se fossem degraus para ajudar
na escalaminhada. É um bom trecho assim, e alto, porém pra quem
está acostumado com o Marumbi que é praticamente só isso, nada
demais. O que dificulta um pouco é o peso da cargueira. Mas é
saber administrar as forças. Todos subimos sem problemas,
a Joara precisou do Elder, Djalmo e eu na retaguarda moral,
dando as dicas, mas subiu de boa e dando risada como sempre,
grande Joara!!
Joara em alto astral no Elevador |
Ultrapassado o Elevador a trilha segue
mais à esquerda e segue em subidas e descidas suaves até chegar numa
descida de laje que, embora fácil, pode ser perigosa num
descuido onde eu recomendaria uso de corda pra segurança afim
de evitar uma torção ou queda desnecessária. Mas não foi o
caso. Descemos todos sem corda, só com muito cuidado.
A Mércia desceu com tanta
destreza a laje que me deu medo de ver ela
voando diretamente para o vale das antas que seria um pouco mais
adiante.
Rosangela e Ricardo |
A trilha segue suave entre descidas e subidas leves até
uma subir para o Morro dos Dinossauros e em algum
ponto dele, numa laje, fizemos nosso almoço. Fogareiros a
mil e rolou de
tudo, de miojo - claro - linguiça, queijo
ralado, a barrinhas de cereal, frutas , bisnaguinhas e
sucos. Todos já refeitos seguimos pro Vale Das Antas - um local
de antigo acampamento onde tem uma pequena clareira e de onde se parte para o
dorso da baleia. Uma subida nem tão puxada mas que lembra o formato do
dorso de uma baleia mesmo, aproveitei e pedi pra todos
seguirem na frente enquanto eu resolvi deitar no dorso dessa baleia,
a Maria Tereza achou boa idéia e o Tiago também assim como o Elder,
deitamos ali e curtimos um pouco a visão 360 graus do garrafão e tudo a nossa
frente...
.Após mais esse pit stop seguimos subindo mirando o
garrafão e a Pedra do Sino já a nossa frente. Ali tiramos fotos de
revista porque como se já não bastasse toda a vista desde o Açu, ali entre o
abismo formado entre o garrafão e pedra do sino.
Dorso da Baleia |
Mercia. Terê, Diana e William |
Da esquerda pra direita : William, Elder, Diana Claudia, Terezinha, Jaçana, Chico,Djalmo, Thiago e Pedro ..e abaixo Eliana, Mercia, Joara, maria Thereza |
A vista é absurda,
devidamente registrados o pessoal já foi falando no cavalinho, o
lance perigoso na encosta do sino que demanda prática em
montaria . Antes disso, passamos pelo vale dos 7 Ecos onde obviamente
brinquei bastante de berrar qualquer coisa já que o
Eco era perfeito, e assim extravasamos o nervosismo do lance do cavalinho se
aproximando, estávamos todos juntos, exceto o casal Rosangela e Ricardo que
estavam bem a frente assim como o quarteto ligeirinho que pra dizer a
verdade, tres deles eu só vi no ônibus e nos
abrigos kkkkkkkkkkk ,. No cavalinho a esperança de ver concretizada
a promessa do Jules que havia levado a corda e prometido esperar a todos
no cavalinho pra dar aquela força moral, psicológica,
física... etc etc...
E assim, após o mergulho, uma
pedra super chata (para alguns a mais difícil da
travessia). Chata de descer pra quem tem perna curta, já os perna
comprida não veem dificuldade alguma, pois é só pular de costas pra
uma pedra logo abaixo e assim fazendo uma tesoura com as pernas se elas forem
compridas se chega la embaixo.
Mergulho |
E assim começamos a subida da
encosta rumo ao cume do Sino , nosso grupo e o do espirito santo atrás e
mais alguns rapazes estrangeiros que nos ajudaram no mergulho. Congestionamento
total no cavalinho kkkkkkkkkk tinha mais de 40 pessoas pra montar no
cavalo hehehe...e lá estava o Jules, baita parceiro do
grupo. Sofreu horas de espera por andar rápido, mas não abandonou os
amigos e lá estava ele com corda a postos pra facilitar a montaria.
Jules que aguardou com a corda pra dar aquela força no cavalinho |
E assim, um por um fomos passando
sem menor dificuldade. O cavalinho é mega fácil de passar,
o problema é o lugar onde ele está: na beira do abismo ! E assim
mais a frente tinha mais um lance já mais fácil ...um
mini cavalinho,rsrsrsr onde o Elder ou melhor “namorado da
Diana” (apelidado pela Joara) deu aquela força pra galera passar e assim
prosseguimos pela encosta do Sino até chegar numa bifurcação onde para baixo se
vai pro abrigo e pra cima pro cume do Sino.
Isso já era cerca de 18 hs,
creio eu pois logo depois escureceu, não me preocupei nada com horário nessa
travessia inteira, pois eu conhecia e sabia que tinha tempo de sobra, bem
ao contrario de outras que eu praticamente cronometro tudo.
A noite no Abrigo Quatro
não foi tão gelada quanto a do Açu, mas aquele frio característico de cume
tomado pela névoa úmida, bateu aquele pressentimento de manhã sem visibilidade
......, e novamente montamos barraca rapidamente bem na frente do abrigo, perto
do banheiro externo e água pra lavar louça, cozinhar, escovar
dentes... etc...
Ali no abrigo só entra quem
alugou beliche , bivak...e tem direito a banho quente
quem paga R$ 20,00 . Já instalados em nossa
barraca fomos convidados pelo Pedro pra comer o risoto de
confraternização que já virou tradição. O primeiro desses
risotos foi a uns 4 anos atrás na pousada cinco treze, no Paraná,
regado a vinho, desde então o mesmo grupo de montanha e perrengue curte
uma mistureba junto pra comemorar o ar da montanha, com
brigadeiro de panela de sobremesa, mérito dos que colaboraram com ingredientes,
principalmente o Pedro que carregou a maior parte pra coisa sair, a Teresinha Tessaro como
sempre arrasou no feitio do menu delicioso, imagino que muitos tenham ajudado
e agradeço. Estava muito bom, imaginem um risoto quentinho com
pedaços de queijo derretendo após um dia de pernada....
A noite super agradável, não tive câimbras
, apenas uns pesadelos acredito eu causados pelo chão duro e digestão
do pratão do risoto maravilhoso....
De manhã pessoal acordou muito
cedo e foi pro cume do Sino, alguns pro Baleia, e
como previ estava tudo fechado, nevoeiro total, resolvemos dormir
mais um pouco e ir mais tarde após um bom café. Por isso quando acordamos pro
nosso café , a maioria dos que haviam ido no sino já se preparavam
pra descer pra Teresópolis.
Eu e o Elder na frente do Abrigo Quatro |
Ficamos eu , o Elder , a
Terezinha, Mércia, Joara, Eliane e Claudia pra subir pro Sino, fomos pra
lá , fica bem próximo e a subida agradável como pode ser um ataque ao cume,
vento gelado maravilhoso, caratuvas e a sensação da altitude
sensacional. Chegando lá o vento era intenso, gelado, mas não
insuportável e tudo fechado, visibilidade zero, mesmo assim tiramos fotos no
marco ou pedra do cume e após um bom tempo descemos pra desmontar barraca. O
resto do povo já tinha descido a tempos!!
Descemos lá pelas 10:30, após nos
despedirmos dos guias super atenciosos do Abrigo Quatro
como sempre.
A descida não há muito a relatar, é
trilha boa, em ziguezague interminável por longos 11 km, mata
exuberante, fauna igualmente onde se destacava o canto de um passarinho
atraindo possíveis parceiras rsrsrs passarinho exibido! Lá pelo meio
da descida a fome bateu e fiz um arroz com linguiça e
suco tang, nisso a Terezinha e Claudia já tinham se distanciado devido a
duas paradas demoradas nossas , uma pra procurar uma carteira perdida do
Elder e outra pra almoço (o arroz com linguiça) as outras meninas ainda
continuavam próximas a nós e resolvemos dar um ligeirão final , mas joelhos e
solados de pé já reclamavam bastante, descemos esse ultimo trecho já com pressa
de chegar e nos juntar aos outros que desceram horas antes. E assim por volta
de 14:40 eu e o Elder chegamos na barragem, aguardamos as meninas que
vinham logo atrás e descemos pela estradinha de 3 km até a portaria, essa pra
mim foi a pior parte da travessia kkkkkk estradinha chata
....chegando lá o pessoal que havia descido antes já estava azul de fome , e ainda ficamos sabendo
de um fato inusitado ao final da travessia que foi uma equipe de reportagem da
Globo que abordou o Djalmo justo quando ele finalizava a travessia fazendo uma
entrevista ao vivo sobre montanhismo no PARNASO.
Ele se saiu muito bem e foi mais um registro memorável dessa nossa aventura . Ainda fomos assinar um livro de conclusão de travessia, pegar folhetos e assistir um vídeo muito legal sobre a Serra dos órgãos, mais algumas fotos e estava terminada a aventura no PARNASO versão 2015.
Djalmo na entrevista inusitada para a Globo |
Ele se saiu muito bem e foi mais um registro memorável dessa nossa aventura . Ainda fomos assinar um livro de conclusão de travessia, pegar folhetos e assistir um vídeo muito legal sobre a Serra dos órgãos, mais algumas fotos e estava terminada a aventura no PARNASO versão 2015.
Como da outra vez já saí com vontade de
voltar, pra fazer as outras travessias do PARNASO.
Açu |
Açu |
Muito bom relato... parabéns!
ResponderExcluirValeu Didi!
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